Friday, April 29, 2005

Mais velho, mais rabujento

Gostei de ver: este ano recebi muitos feliz aniverário, e quase nenhum parabéns. As pessoas estão aprenedendo.

Há tempos prego que dar parabéns a alguém no aniversário não faz nenhum sentido. Parabéns deve ser dado a alguma coisa que você tenha feito e merece respeito, honra ao mérito. Nascer é passivo. Você nasceu, e pronto. Não tem que receber parabéns todo ano por isso. E ão me venham com "mas seu espermatozóide ganhou a corrida!". Não, não, não!

O hábito de dar parabéns no aniversário incorreria em absurdos tais como dar parabéns a alguém por estar respirando, por falar, por ter cabelos e por aí vai. É absurdo.

Claro que há exceções. Se num ano você escapou de uma tsunami, de um sequestro, de um incendio, neste ano é dado a você o direito de receber os parabéns. Mas somente neste ano. É preciso uma reflexão.

Neste ano, não mereci parabéns. Portanto, obrigado aos que me desejaram apenas feliz aniversário (pode-se discutir essa ditadura da felicidade: e se que quiser ter um aniversário triste, melancólico, e alguém vem te desejar um feliz aniversário? Mas chega, ainda não estou velho o suficiente para tamanha rabujice).

Engenharia de Vida

Estou ficando refém das notas. Minha vida está se tornando uma nota (aliás, um 3,5 até agora. Nada mal, nada mal...). Tudo que faço tem que ter nota. Maldito racionalismo.

O problema é que gosto disso, muito até. Me divirto muito fazendo notas, racionalizando tudo, criando regras, top 5´s, dividindo tudo em subcoisas.

Tudo começou com as notas de filmes. As notas variam de 0 a 5, com intervalos de 1 de zero até o 3 e de 0,5 a partir de então. 3,5 começa a ser negrito, algo que vale destacar. Comecei então a criar várias regras internas, desenvolvendo o método, até chegar ao modelo final que hoje aplico. Criei uma planilha, com todas as notas. E há distorções inexplicáveis que fazem com que um filme 3 possa ser melhor que um 3,5, o que demonstra o rigor analítico do sistema, provando que as notas são dadas com cérebro, e não com o coração.

Depois passei a dar notas as mulheres, um critério já mais complicado. A nota vai de 0 a 10, mas funcionando com uma soma de partes - 1 para corpo, 3 para rosto, 3 para a conversa, 1 para hábitos, 2 para bizarrices legais. E claro, dentro das subpartes há sub-subpartes, como por exemplo o grande peso dado aos olhos na categoria rosto. A soma destas subnotas sá a nota final da mulher. É claro que é preciso conhecê-la antes para um melhor rigor analítico, mas é possível dar notas após encontros efêmeros, embora elas estejam sujeitas a revisões. Tal sistema é imcompatível com amores à primeira vista e afins, mas como isso não existe mesmo não ligo. Trata-se sim de gostar de uma pessoa interessante, comme il faut. A parte bizarrices legais tem um grande peso e envolve ítens muito subjetivos. Por exemplo, uma menina que gosta de andar de ônibus de madrugada sozinha bêbada apreciando São Paulo tem muitos pontos neste quesito. Frequentar livrarias e cinemas sozinha também garante boa pontuação nos hábitos.

Dos cinemas e mulheres, passei a dar notas a livros, músicas, discos, usando a mesma regra dos filmes. E daí passou a servir pra tudo. Países para literatura, anos da música pop, discos duplos, livros de 1915, músicas de 6´24´´ - basicamente tudo, do micro para o macro. E junto com as notas vêm os Top 5´s, as classificações, subclassificações, comparações.

E assim minha vida vai se tornando uma soma de notas, classificações, e tudo vai se complicando, se juntando, vou me tornando um engenheiro da minha vida, com sistemas pré-determinados que regem o que gosto e o que não gosto. Posso dizer que tem sido muito divertido, e nada posso fazer contra isso.

E tudo acaba como no post do Lucas no Fêmea, já penso na nota ao longo do filme, como um jurado de escola de samba, e pra tudo há opinião, tudo se encaixa nas regras, diabos, e eu não quero dar uma nota mas dou, e um filme 4 é melhor que um 4,5, malditas regras que tanto amo!

Saturday, April 23, 2005

The Booklovers

O Lucas lançou lá no blog dele, e vou responder também as perguntinhas. Coisa de caderno de menina na quinta série, mas e daí?

1. Quantos livros você lê por ano?

Como não tenho manias documentais nem namoradas que me façam tê-las, não sei. E vamos tirar o questionamento óbvio de que 5 Dostoiveskis equivalem a 1.711 Dan Browns. Este ano já matei 19 livros, e a continuar assim vai a 60. E não estou contando os livros de economia e finanças, porque eles não devem ser mesmo contados - aliás nem deveriam merecer o nome de livros.

2. Qual foi o último livro que você comprou?

Umas 3 horas atrás comprei Feliz Ano Novo do Rubem Fonseca, mas é pra ter em casa mesmo, foi num sebo. Antes desse foi Insustentável Leveza do Ser, comprado por 5 reais numa banquinha de rua no Largo do Machado com ajuda de 1 real do Lucas.

3. Qual foi o último livro que você leu?

A Insustentável Leveza do Ser, que é bom pra diabo. E agora estou relendo O Arco íris da Gravidade, do Pynchon.

4. Liste cinco livros que tenham um significado especial para você ou que você tenha gostado muito

Bem, não é pra ser um Top 5 né? Porque este acabei de fazer alguns posts atrás...se for por significado, vamos lá.

1. Memórias do Subsolo, Dostoievski. Comprei meio sem querer, folheando livros enquanto matava aula, na livraria da PUC. Quando li o primeiro parágrafo "sou um cara doente. um cara mal. creio que sofro do fígado. na verdade, não entendo níquel de minha doença..." sabia que aquilo ia ser bom. E foi mesmo. E graças a ele desencadeou-se uma onde de escritores russos na minha vida que durou bastante tempo e até hoje coloca a Rússia no topo do Top 5 países de literatura.

2. O Estrangeiro, Camus. O livro que li e disse "é isso!". Mersault era o cara, e sentia que o livro havia sido escrito pra mim.

3. Leilão do Lote 49, Pynchon. Foi quando descobri O Cara (mão no peito, com direito a hino, marcha, desfile em carro aberto e tudo mais) e vi que tudo na vida é parte de uma conspiração imensa, terrível, alucinada.

4. Road to L.A. , Fante. Foi responsável por um dos grandes momentos cinéfilos-literários da minha vida, pois por estar lendo o bichinho antes de uma sessão do Festival de 2002 uma menina que também estava sozinha na sessão puxou assunto, e depois saímos.

5. Nove Estórias, Salinger. O livro que inspirou meu primeiro curta-metragem, ainda em fase de pré-produção. Fora que é um dos melhores livros de contos que já li.

5. Para quem você vai passar este questionário (3 blogs) e por quê?

Eu passaria pro Lucas, mas ele que passou pra mim! Se eu não passar pra ninguém cairá alguma maldição em mim? Eu irei ler e gostar de O Monge e o Executivo???? Virarei fão dos livros do Dan Brown??? Não, não!!!!

Friday, April 22, 2005

Dissecando os Cinemas, Por Rembrandt

Um Top 5 cinemas para o Rio de Janeiro


O ato de ir ao cinema não deve ser entendido com um programa puro e simples, se encerrando nele mesmo. Quando isso ocorre, ouço, no incosciente, a já famosa citação César não vai gostar nada disso, ah não. Cinema é parte de um todo, a parte principal, mais interessante, admito, mas parte de um todo. Ir ao cinema envolve também livrarias, café, restaurantes, passeios no calçadão da praia, no Leblon. E por aí vai.

O Estação Ipanema é excelente. Um bom cinema, nada megalômano, cadeiras boas. O público varia muito - nas sessões da tarde é predominentemente idoso, um público basicamente inercial. Nas sessões mais de noite, muitos casais, jovens e velhos. No geral não é um público bom. O que passa lá também deixa a desejar de vez em quando - síndrome de Leblon, de cinemão pipoca. Mas o que garante a pontuação do EI é a localização - em frente a Travessa, perto do Leblon. Um belo lugar para emendar com um livro e um café na Travessa, ou uma Guinness no Lord jim.

O Espaço Leblon é um cineminha legal - pequeno, com uma programação sempr interessante. É ao lado de Da conde, boa livraria, com café, é ao lado do Informal, é perto da Dias Ferreira. O público já é mais diversificado, embora também seja predominantemente idoso nas primeiras sessões - costuma aparecer gente interessante nas sessões mais tarde.

Já o Laura Alvim é o mais simpático deles, caindo no bônus "gueto". Não sei se já expliquei a Teoria do Gueto, então faço isso agora.

A Teoria do Gueto (TG) surgiu no Festival de 2002 (também conhecido como O FESTIVAL, tudo maiúsculo mesmo) para explicar o porquê alguns filmes eram vistos no Festival, mesmo sabendo que iriam estrear depois. É o lance de todas as pessoas estarem ali pra isso - o filme, o evento, e não o programa, ir com a mulherzinha que você quer pegar, essas coisas. Cinema é filme, concentração. Num filme do festival estão os "seus", e assim, normalmente, fica melhor. Exemplo: vi Apocalypse Now Redux no Festival, sessão meia-noite no Odeon. Todos estavam lá porque adoram o filme, se amocionam na abertura com o Napalm, com a Cavalgada das Valkírias, com o Coronel recitando T. S. Elliot, com o horror, o horror - e não porque é programa, porque quer pegar a mulherzinha, porque o crítico do Globo falou bem. Mais tarde, tive que levar uma pessoa no mesmo filme, na Barra (na Barra!) numa sessão noturna. O cinema terminou com 6 pessoas, e estava lotado. Isso explica tudo na TG. E lembrando que o auge da TG é no Festival, nas sesões de meia-noite do Odeon.

Pois bem, o Laura Alvim é o mais TG de todos, um lugar onde as chances de eu conhecer a mulher da minha vida são grandes, local de paixões platônicas. É um lugar agradável, bonito, como já disse bem frequentado. O cinema é pequeno, aconchegante, gelado, com ótima programação. Peca um pouco pela distância da zona de influência do MWA, uma vez que sou obrigado a pegar veículos motorizados muitas vezes, o que é ruim. Bom é quando posso voltar caminhando pela orla, refletindo sobre filmes - vide Brilho Eterno, o auge disto.

O Espaço unibanco é Local muito agradável, com um ótimo sebo - um sebo que já me vendeu um Pynchon (V) e um Fante (Road to L.A.) não pode ser ruim. O café não é grande coisa, mas o cinema é bom, com boa programação. Perto tem um café bom. O problema é a distância, a obrigatoriedade de conduções motorizadas para completar o MWA, o que tira o charme do local e o brilho do programa. É um local bem propenso a TG, embora menos que o Laura Alvim. Ainda assim é uma excelente opção.

Por fim temos o Odoen. É lá que se realizam as maratonas. É lá que se realizam as sessões cineclube às quartas. É lá que estão as melhores sessões do Festival. TG forte. O cinema é lindo, grande, elegante, com cortinas, sino. O único problemas é a distância - para sessões matutinas, corre-se o risco de ficar sem metrô, e ter que ir de carro é sempre ruim. Restam as caronas. Não poder ir a pé tira muito do brilho de um cinema. Mas apesar de toda a distância vale muito a pena.

O Top 5 cinemas então ficaria

1. Laura Alvim
2. Estação Ipanema
3. Espaço Leblon
4. Espaço Unibanco
5. Odeon

Chato é que o cinema enche com chuva...

Estrearam dois filmes muito bons hoje. O primeiro é o já comentado aqui A Vida é Um Milagre, do Kusturica, visto no Festival do ano passado e ilustre vencedor do MurTony de ouro de 2004. Sempre bom rever - um 4,5. O segundo é um filme espetacular italiano, Bom Dia, Noite, que tem um dos melhores trailers da história. Foi visto no Festival de 2002 ("ah, o Festival de 2002 - Top 5 Festivais este fica fácil em primeiro) e surpreendeu positivamente. Um 4, com viés de alta.

Tuesday, April 19, 2005

Papa 2005 no GNT sem legendas

Imagino um anúncio de papa:

Um cardeal qualquer, roupas vermelhas e paramentadas, chapéu muito grande à la Brancaleoni

- E agora, para anunciar o vencedor da categoria Papa da Santa Igreja Católica Apostólica Romana...Bono Vox!

Bono Vox

- Ser Papa é mais do que somente visitar países e levar a palavra de Deus - consiste também em ser o administrador de toda a Igreja e conquistar nosvos fiéis. E os indicados são:

(comenta-se dos indicados - nigeriano, brasileiro, alemão, 2 italianos - mostra-se imagens, nomes que eles escolheriam...)

Sai Bono Vox. Entra o Pavaroti. A Praça De São Marcos está replete. Tensão. A câmera focaliza os 5 indicados. O Nigeriano sorri. Ratzinger está sério. O brasileiro faz um V com a mão.

Pavaroti, cantando, voz nem sombra do que já foi um dia, mas ninguém liga

- E o Papado vai para...suspense...Ratzinger, com o nome de Bento XVI!!!

Aplausos. Ele mal sorri. Música, festa. A Orquestra do Vaticano toca Jesus, Alegria dos Homens. Ele caminha, cumprimenta alguns beneditinos. Toma o microfone, recebe a paramenta das mãos do Cardeal Jímenez, discursa rapidamente, vai embora. Música, festa. Cerveja. O novo Papa, afinal, é bávaro.

Monday, April 18, 2005

Até que a Folha nos processe

Folha de São Paulo

Da Sucursal do Rio de Janeiro

Os mercados se agitaram nesta segunda com rumores de fusão de dois dos mais influentes e conceituados blogs da atualidade - A Fase Azul de Daumier Smith e Fêmea de Cupim. Dois dos controladores dos blogs foram vistos em animado papo durante longo tempo na noite de ontem, no Café do B, o que reforçou os boatos que já vinham correndo o mercado há algum tempo.

- Faria todo o sentido, pois ambos têm uma linha de pensamento próxima, utilizando, inclusive, os mesmo critérios de pontuação para filmes, livros e músicas - disse uma fonte que preferiu não se identificar.

Já Spielberg preferiu ser diplomático quando perguntado sobre a possibilidade de uma carga maior de críticas por conta do fortalecimento dos blogs:

- Não comento em cima de rumores, e ainda não entendi muito bem. Eles precisam dar uma longa explicação sobre tudo o que querem fazer - Disse o diretor (sic) de A.I. por celular.

A expectativa é que o negócio se concretize esta semana, com um anúncio formal por parte dos controladores.

Sunday, April 17, 2005

Pequenos Desprazeres do Cinema Contemporâneo

Aquele filme deprê, você todo compenetrado, o filme vai acabar e...entra gigantesco um "Tradução não sei quem"! Isso antes do final do filme propriamente dito...lamentável...

Friday, April 15, 2005

Porque o trailer também é arte

A maioria dos cineastas trata o trailer como uma amostra do filme, aliando cenas do mesmo com uma narração em off e algumas falas. Tem aquele roteiro clássico, com a voz em off grandiosamente dizendo "ele era um homem, que havia perdido sua fortuna. Ela, uma garçonete manca de botequim que nunca havia amado ninguém. E eles não tinham nada em comum, exceto...o destino!".

O destino??? Pelo amor de Deus...

É aquela coisa brega, algumas vezes conta partes importantes do filme, e no final fica aquele amontoado de cenas e vozes que não levam a lugar nenhum.

Mas há exceções. Vi o trailer de "Bom Dia, Noite", filme italiano muito muito bom (4 com viés de alta) que vi no Festival em 2003 mas vai estrear só agora por aqui, e é quase perfeito, lindo, lindo. Não há falas, não há musica, não há narração - pessoas descendo a escada e outras que olham um elevador e se espatam. Um jovem entra no elevador, desce, abre a porta e todos olham pra ele e o elevador. Termina com um close no rosto do jovem e pronto. É isso aí.

Quer saber mais das cenas, das falas? Veja o filme, pombas! Quer saber o enredo? Se informe, diabos! Veja o trailer não como um apêndice, mas como uma obra de arte, algo independente.

Os melhores trailers que já vi são os do Kubrick. No topo, Laranja Mecânica - 1 minuto insano ao som da abertura Guilherme Tell acelerada, misturando cenas aleatórias com palavras gigantescas na tela - Metaphorical, Kubrick, Beethoven, Sarcastic, Violent, etc. É espetacular, não diz nada sobre o filme, mas quem liga? Temos o de 2001 também lindo, apenas os planetas se alinhando e Assim Falou Zaratustra tocando, e por aí vai. Nenhum dos trailer do Kubrick tem essas imbecilidades normais de trailers, são obras de arte eles mesmo. E assim devia ser com todos.

Por isso a felicidade quando vejo um trailer tão bom quanto este, e ainda mais em se tratando de um filme muito bom.

Vou pensar num Top 5 trailers...

Pelo Cinema Japonês

O Lucas não gostou, mas tudo bem. Fato é que estreou hoje um filme bem legalzinho japonês, Ninguém Pode Saber. Não tem lutas, espadachins voadores nem lutas de honra. Nem amores proibidos. Enfim, nenhum besteira deste calibre. Tem crianças, é verdade, o que não costuma ser bom, mas são crianças legais, que não estão ali pra brincadeiras (infame, infame...). E tem cidade grande, sujeira, sobrevivência, mortes, aviões, fome, videogames, roubos. Um 3, tendo inclusive entrado no meu Top 5 do Festival do Rio.

O Lucas não gostou, mas quem liga (gratuito, gratuito...)?

Thursday, April 14, 2005

Sobre um belo começo de livro

A Insustentável Leveza do Ser. Começou bem pra cacete. vamos ver se mantém.

Wednesday, April 13, 2005

Um post em tese mal-humorado

Filmes chineses são ruins de um modo geral. Mas as pessoas insistem em achá-los legais. Nos festivais costumam estar entre os mais procurados e badalados.

E os filmes iranianos? Ninguém se lembra mais deles. Mas houve um tempo que eram a febre.

Há um teoria forte sobre filmes de moda, conhecida nos meios acadêmicos por Teoria Senoidal de Filmes Cool (TSDFC). Tal teoria tenta explicar os ciclos de moda pela qual passam as produções alternativas. Por exemplo, agora o cinema chines está na fase de pico, mas em breve vai começar a cair como numa senóide até atingir seu pico de baixa (sic) e sair de moda.

Sou meio novo e não vivi tantas fases assim, creio que apenas dois grandes ciclos cinematográficos-alternativos (Kondratiev, 1934). O primeiro foi o auge do cinema iraniano. Alguns anos atrás, tudo que era iraniano era sinônimo de qualidade. Havia um quê de compaixão, não sei, mas era bonitinho a porcaria do filme do menino e os sapatos, o filme das mulheres que querem se emancipar numa sociedade machista-opressora, Makmalbaf pegava geral em Cannes e todos que viam filmes iranianos eram cool e antenados. Parece que a onda agora se deslocou para o cinema chinês.

Mas o que me motivou esta refelxão foi Herói, filminho danado de ruim. Parece um jogo de videogame meio trash, os heróis são seres super poderosos que voam e lutam em lagos e "vejam que bonito, que plástico, que visuais" - diabos, cadê o filme? 5 minutos de conversa - luta! Num post anterior escrevi que Clã das Adagas era bom. Sim, é um 2 sóldio, perto dos outros que são um 1 ou zero, mas não chega a ser nada demais. E é na sua simplicidade até que estão suas qualidades - o herói não é um todo poderoso imbatível, o filme não se resume a lutas de espada, e todo mendigo xexelento de esquina é um mestre da luta, o que não deixa de ser engraçado. Mas tem vários momentos ruins e não deixa de ter o selo "produção chinesa".

E não nos esqueçamos de Tigre e o Dragão, que é uma porcaria sem tamanho.

Agora é torcer para o ciclo ser rápido e que outro cinema de mais qualidade assuma a posição de cool do momento. Me agrada o cinema japonês, se é pra ficar por ali. Mas pelo amor de Deus, nada de Tailândia, Cingapura e congêneres!

Tuesday, April 12, 2005

Heresia?

Estou indo a passos largos na releitura de "O Arco Íris da Gravidade", do Pynchon, e...ele tá querendo ir pra melhor livro no Top 5. Ainda é precipitado dizer qualquer coisa, mas - que diabos! - o livro é muito bom. Dostoievski que se cuide. To pensando em reler Crime e Castigo depois e aí teremos um julgamento justo. Veremos. Por enquanto, oficialmente, segue o Top 5 abaixo.

1. Crime e Castigo - Dostoievski
2. O Estrangeiro - Camus
3. Os Sofrimentos do Jovem Werther - Goethe
4. Arco Íris da Gravidade - Pynchon
5. Coração das Trevas - Conrad

Monday, April 11, 2005

Ele voltou - e voltou em grande estilo

Após um período em coma, voltou a ativa o Femea de Cupim(www.femeadecupim.blogspot.com). Voltou em grande estilo. vida longa.

Ah sim, alguém me ensina a fazer link?

Uma Nova Teoria Sobre Botecos

Há uma corrente forte de teóricos de botecos que defende a Teoria dos Botecos Gêmeos (TBG) - todo boteco tem dois ambientes bem definidos, com distintas características, ainda que as características gerais do boteco como um todo sejam as mesmas.

Essa teoria tem um aplicação no Jobi, claro. Mas outro dia um chopp neste boteco acalentou uma discussão a respeito e a aparição de uma embrionária teoria, que, caso seja boa, pode revolucionar o mundo das ciências botecais.

Esta teoria prega que há certos momentos onde se observa três ambientes no Jobi - especialmente nos finais de semana. Ou seja, haveria janelas de "botecos trigêmeos" dentro do universo dos botecos gêmeos. Uma revolução.

O Jobi até agora consistia de dois botecos - a área da varanda e a área interna. A área da varanda é mais frequentada por famílias, balzacas e coroas bêbados. Já a área interna atrai os casais e mesas com mulheres bonitas - este último um fato sem explicação aparente mas que está empiricamente comprovado. Em alguns momentos, porém, temos o aparecimento do terceiro ambiente - no caso, as pessoas que ficam nas mesinhas de fora, de pé. Não se trata de pessoas esperando mesas, pois normalmente há mesas vazias no interior mas as pessoas continuam lá fora. É um público com uma cara mais "Bracarense", que vai lá atrás de alguns chopps e um ou outro bolinho, mas coisa rápida. São predominantemente jovens - o que não se observa lá dentro - e um pouco mais arrumados que a média.

Novos dados têm que ser coletados, e a teoria melhor desenvolvida, mas já temos um embrião que uma nova teoria que pode revolucionar o setor - provisoriamente chamada de Teoria das Janelas de Botecos Trigêmeos (TJBT).

Se a teoria se confimar boa, é possível que eu faça uma apresentação de um paper no IX Congresso Nacional de Botecos, que se realizará no Rio em julho. Até lá, trabalharei.

Friday, April 08, 2005

Os Flamingos Se Divertem

Foi no Festival do Rio de 2002 ou 2001, não me lembro. Não importa. O importante é que foi a melhor sessão de cinema de todos os tempos - uma noite antológica embalada por Pink Flamingos, o primeiro filme do John waters.

Havia uma única sessão, numa quarta a noite, no Estação Ipanema. E os ingresos se esgotaram no primeiro dia de vendas. Nesta época eu era um à toa e fui um daqueles malucos que chegam cedinho na fila da central de ingressos no primeiro dia para garantir os ingressos e consegui as preciosas entradas.

Nunca tinha visto nada do cara até então, mas sabia que era trash, bem trash.

Na noite do filme o saguão estava lotado, um bando de malucos ávido por bizarrices. Já sabia que o filme terminaria com a travesti Divine comendo cocô de cachorro de verdade. Mas não sabia bem o que esperar.

Tive que me sentar no chão pois estava superlotado. E foi ótimo, pois assim pude, literalmente, rolar de rir.

Como disse, foi uma sessão antológica, inclusive com o abandono de sala por parte de alguns indignados.

O filme é muito simples: travesti balofo, que mora em um trailer sujo no meio do mato com sua mãe retardada que vive em um berço com roupas de neném e come (mais baba do que come) ovos cozidos o dia inteiro (e tem um affair com o entregador de ovo) e seu filho que faz sexo com mulheres e galinhas ao mesmo tempo, entra em guerra contra um casal que sequestra mulheres e as prende no porão de sua mansão, onde um mordomo viado e esquisito as engravidade, para depois venderem as crianças para casais de lésbicas. A guerra é pelo título de pessoa mais suja do mundo. E assim é o filme, que vai num sucessão de bizarrices culminando numa festa no trailer que reúne a nata da bizarrice.

O filme não tem nota - entra na categoria do Embriagados de Amor, é impossível chegar em alguma coisa. Mas é muito engraçado e impactante. De qualquer modo, a sessão foi espetacular pois, tirando um desavisados, todos sabiam o que estavam indo ver. E todo mundo riu pra caramba. Caso houvesse um ranking de sessões de cinema, essa seria uma sessão 5.

E já que comecei, me lembrei de algumas outras sessões 5 - Apocalypse Now Redux no Festival de 2002 em sessão única meia-noite no Odeon, Um Vazio no Meu Coração, do Moodysson, no último Festival (metade do cinema abandonou no meio), Amarelo Manga, no Festival de 2003, que foi no dia que os traficantes pararam o Rio e tinha só 8 pessoas, e me senti muito corajoso de não estar nem aí pros caras e ir ao cinema. E acho que é isso.

Segunda tem Polyester, do John Waters, no Vivo Open Air, com cartela de cheiro. Promete.

Thursday, April 07, 2005

Porque Ler Pynchon é Necessário

Musiquinha cantada por uma tropa de engenharia americana em Londres em fins de 1944

Tá...
Mais frio que o nariz de um anãozinho de jardim
Mais frio que um balde de titica de pinguim
Mais frio que pentelho do cu de urso polar
Mais frio que mamilo de uma bruxa

E maravilhoso parágrafo do Arco Íris da Gravidadde, o único livro que realmente importa:

"Agora espalha-se pela casa, substituindo o cheiro noturno de fumaça velha, álcool e suor, o odor frágil e musáceo do Café com Banas: perfumado, penetrante, surpreendente, mais do que a cor do sol hibernal, avassalador, menos por pungência bruta ou volume do que pela alta complexidade do entrelaçamento de suas moléculas, compartilhando o segredo de prestidigitação por meio do qual - embora seja raro a morte ser mandada à merda de modo tão explícito - as cadeias genéticas vivas revelam-se labirínticas o bastante para preservar algum rosto humano por dez ou vinte gerações...assim, a mesma afirmação-via-estrutura permite que a fragância bananosa desta manhã se espraie, reafirme-se, predomine. Por que não escancarar todas as janelas e deixar que este olor benéfico envolva toda Chelsea? como um sortilégio contra corpos cadentes..."

Wednesday, April 06, 2005

O apocalypse de um blog

Conheci uma garota ontem que veio com uma idéia megalômana de filme: um Tintin bom, cujo persoagem principal seria representado pelo Jude Law. Idéia Genial, segundo ela. Até que não ficaria ruim - o Jude Law de topete ficaria parecido, e ainda tem o mesmo jeitão afeminado do personagem do Hergè.

Isso me lembra do grande projeto que tenho com o Lucas, de filmar O Arco Íris da Gravidade, do Thomas Pynchon (ou Salinger, escolham), numa versão de 5 horas. Abriria com
I Will do Radiohead ao fundo enquanto uma base de lançamento de V2 na Holanda é mostrada, com os mísseis levantando vôo rumo a Londres enquanto um oficial alemão, um soldado e uma holandesa se envolvem em orgias. E daí ia uma loucura comparável ao livro. No meio, haveria um intervalo cronometrado de 10 minutos, mas no minuto final cada segundo passaria a duras 2 segundos, e depois nos 30 segundos finais 4 segundos, e nos 10 segundo finais 1 minuto. Então voltaria o filme, na segunda parte - Slothrop e a Europa continental. O filme acabaria do nada, como o livro, mas não haveria indicações disso - na verdade, entraria outro cronômetro de 10 minutos, mas agora cada segundo duraria meio segundo, e depois aceleraria, numa escala inversamente proprocional a outra, enquanto músicas do Ligetti tocam, até que a música e o cronômetro acabam e pronto. Talvez os cinemas acendessem as luzes, mas acho que obrigaria a distribuidora a um acordo com as salas para que as luzes só se acendessem muito tempo depois, deixando o público sentado esperando.

É um projeto pra quebrar a Globo Filmes.

Curtindo o K2 Adoidado

O K2 é alto pra cacete mas como o Everest é ao lado dele e um pouquinho mais alto ninguém se lembra que ele existe, sendo menos famoso que montes muito menores tais como o kilimanjaro, o Aconcagua ou o McKinley.

O mesmo ocorre com o melhor filme dos ano 80 - Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller´s Day Off - a tradução é boa, como aliás costumava ser nos anos 80). O filme é um 5, categoria a qual poucos chegam, mas mesmo assim não está no Top 5, onde figuram alguns filmes 4,5. É mais ou menos como o K2 - não tem nenhum Everest ao lado, mas existem Kilimanjaros e Aconcaguas, mesmo mais baixos, para desbancá-lo.

Toda a beleza do filme reside na simplicidade sobre o qual ele é contruído - 3 jovens matando um dia de aula e passeando pelo centro de Chicago num lindo dia de verão. Até aí nada de especial. Mas a surrealidade com que as coisas acontecem é o grande charme, e as pitadas de humor negro dão o toque especial. Sem contar na trilha sonora anos 80.

Tem um personagem 5 - e não é o Ferris, mas o Cameron, hipocondríaco e maluco, que até hoje não sei como é amigo do cara mais popular da escola (seria ele o cara menos popular da escola?). O cara é milionário mas tem um pai maluco e é cheio de medos e doenças. O diálogo dele com o Ferris no começo, ao telefone, é antológico. "Ferris, i´m dying" é tocante, e a musiquinha que o cameron canta é das coisas mais surreais do filme "when cameron was in egypts land...let mey cameron goooooo...". Simplesmente fantástico.

O Ferris também é muito interessante, embora não ao ponto de seu melhor amigo. É aquele tipo popularzinho do colégio, amado pelas mulheres, admiriado pelos homens. E tem a namorada dele, Sloane, que é uma pessoa normal. Isso sem contar na super aparição relâmpago do Charlie Sheen no final, o que vale um bônus.

A genialidade começa no monólogo inicial do Ferris, falando do socialismo na Europa, entre outros assuntos, e citando Lennon dizendo "after all, he was the walrus". Depois vem o já famoso diálogo Ferris - Cameron ao telefone, e a partir de então vai num ritmo alucinante.

A cena do professor de história "anyone, anyone?" é excelente, e o "Save Ferris" ao logno do filme também.

A surrealidade é o que garante o humor ao longo da gazeta dos três por Chicago, dos encontros frequentes com o pai ao "rei das salsichas de chicago" no restaurante (a propósito, como ele pagou?), da parada alemã no centro de chicago em plena tarde de dia útil com Twist and Shout saindo do nada ao motorista chicano que fala ingês ("i´m american!") saindo com a Ferrari do Cameron pra passear.

O filme termina muito bem, com a Ferrari do pai do Cameron se esburrachando no precipício, ele congelado e a irmã no affair com o charlie sheen mega drogado na delegacia. E no final ele se dá bem e o inspetor todo arrebentado volta no ônibus escolar sendo sacaneado pelos colegas.

A mensagem final do filme é "life´s too short, enjoy it", sensacional. A irmã certinha se ferra, o maalandro se dá bem, quem vai a aula fica vendo aula chata, quem não vai anda de Ferrari. Ainda nã era o momento da vingança dos nerds e esses tipos reinavam absolutos.

A nota é 5, nota máxima, ao lado de poucos - Laranja Mecânica, Apocalypse Now, O Grande Ditador, 2001. E só. Mas não está no Top 5.

Explicações? Não sei. é um sistema complexo. Até mesmo pra mim. Vai entender. Sei que um filme 5 não entra na lista enquanto um filme 4,5 entra. fica meio como o K2 - ele está ali, é alto pra caramba, mas alguns montes menores são muito mais famosos.

Tuesday, April 05, 2005

As Adagas Pensantes

Finalmente vi um filme chinês interessante - O Clã das Adagas Voadoras. No fundo é uma história de amor, mas as lutas são mais legais que nos outros filmes porque não se resumem a espadas - tem também espadas, mas tem arco e flecha, tem cavaleiros medievais europeus (não no sentido literal, claro) e tem as adagas. As adagas vivas, adagas de desenho animado. E basta um cara do Clã soltá-la para ela fazer o que ele quer. É meio como desenho animado, a adaga bate na porta, você abre e ela entra escondida e fica nas suas costas se escondendo, se movimento contrário ao seu movimento de cabeça.

Mas é legal pra caramba.

Batendo o peixe-martelo

Reparação é um 4,5.

Monday, April 04, 2005

E tem o livro novo do Paulo Coelho...

O Lucas costuma dar boas dicas. A última foi Reparação, do Ian McEwan. E que diabos - o livro é bom pra cacete. Com direito a um capítulo sobre a retirada britânica para Dunquerque em maio de 1940 que é uma obra-prima. Um 4 ou 4,5 - ainda estou em dúvida.

Aliterações, Dissonâncias e Uma Pequena Transgressão Amarela

São Paulo é uma cidade feia. Quanto a isso não restam dúvidas. Vinícius que me perdoe, mas não sou desses cariocas que acham que o pior de São Paulo é que por mais que você ande nunca chega a Ipanema.

Pelo contrário. Adoro São Paulo e todo aquele caos. Tenho uma teoria sobre cidades que nunca escrevi nem nunca escreverei, mas São Paulo se aplica bem no quesito cidades interessantes. Mais ou menos como na Alemanha - de quê adianta toda a beleza e limpeza e alegria e cervejas de Munique se em Berlin é maior bagunça? Daí que Berlin é a cidade mais legal da Alemanha. Mas digressiono, com diria um amigo meu.

Chegando a São Paulo já é possível sentir todo o drama e beleza que cercam a cidade. A chegada, pela Marginal tietê, é de uma feiúra impressionante. Aquele rio podre cercado de prédios feios e decadentes. Mas ao pegar um metrô, quase meia-noite, totalmente lotado, a sensação era de felicidade. Uma cidade que acontece.

O metrô de lá é dos mais interessantes. O do Rio é bonitinho, limpinho, bem frequentado, não vai a lugar nenhum. Em São Paulo o metrô é maior, mais bagunçado, mais rápido, mais feio - o que chamaria de metrô pragmático. É frequentado por todos os tipos, do punk ao pastor evangélico, do universitário ao mendigo, um pequeno retrato da pluralidade da cidade.

O melhor jeito para se conhecer uma cidade é pelo transporte público e a pé - se possível, ambos combinados. E um passeio de 8 horas e alguns muitos quilometros me mostrou uma São Paulo que não conhecia, uma cidade até mesmo bonita.

Todo mundo deve passar pela Oscar Freire num sábado ao redor de meio-dia. Uma multidão de paulistanos endinheirados passeando pelas lojas de grifes internacionais lotados de sacolas, com seus reluzentes carros importados tumultuando o trânsito. Bistrôs com mesas na calçada dão o charme a rua. Tudo lá parece combinar, nada é escolhido ao acaso. A maioria das pessoas se veste como manda o figurino tradicional, com suas camisas "despojadas" de 1000 reais e suas calças jeans de 500 reais. Alguns são transgressores, mas numa transgressão cuidadosamente preparada. Um tênis amarelo, combinando com uma camisa colorida com leves detalhes amarelos, uma calça aparentemente suja e maltratada - tudo parte do figurino cuidadosamente pensando para transgredir. Ali, a transgressão é de marca, combinante. Malcom MacDowell fazendo escola.

Apesar de toda a opulência, a cidade parece estar sempre querendo te mostrar quem é na verdade - a fiação suspensa, aquele emaranhado horroroso de fios, não nega o sangue latino-americano da cidade. Mais tarde enquanto caminhava pela Faria Lima deslumbrado pelas moderníssimas torres de escritórios topei com uma fonte de merda - merda jorrando de um buraco na rua, obrigando um Porsche a passar na contramão. O velho selo "vc está na América Latina".

Ali por perto há uma parte onde prédios imensos de figuras milionárias dominam o ambiente. É um lugar opressor, deveras opressor. Cada prédio ocupa praticamente um quarteirão, com muros gigantescos, cercas elétricas, e seguranças que te olham feio. Fiquei com medo, acho que não era digno financeiramente de estar ali. Mas mais pra frente cheguei na Rua Augusta e essa sensação se dissipou quando avistei o comércio caótico da rua, que tem inclusive a melhor loja de discos do mundo - Neto Discos. O cara assalta carregamento, ou adora perder dinheiro, não sei - a verdade é que os cds originais são baratíssimos. Onde comprar um The Man Who do Travis por 12 reais? Há uma teoria de que todo o lucro do cara vem da venda de cds dos Smiths, que são caros, mas há controvérsias.

A Avenida Paulista é bonita e tal, mas é mais legal a noite, ou melhor, de madrugada. Acho que poucos paulistanos já fizeram isso, mas caminhei por metade da extenção da Avenida as 3 da manhã bem bebado pelo canteiro central. Os prédios de bancos nunca foram tão bonitos.

E assim conheci melhor São Paulo, um lugar onde as pessoas não andam a pé, onde todo mundo parece se esconder atrás de um mundo de aparências, mas um lugar com uma beleza indescritível, bem particular, que acaba ressaltando as particularidades e individualidades. Mas isso fica pra outro post.