Friday, January 27, 2006

Seven weeks of staying up all night

Sejamos otimistas:

- 10 novos cinemas do Estação abrirão este ano. 5 na gávea, o bairro idela para cinemas do Estação, e 5 em botafogo;

- Show do Franz Ferdinand para apenas 2.500 pessoas num lugar minúsuculo como o Circo Voador. Nem no Reino Unido você conseguiria um show tão intimista assim dos caras;

- Spielberg lançou um filme que despertou paixão e ódio. Deve ser ruim, mas pelo menos desperta alguma coisa já. Um dia ele vira um diretor bom.

Thursday, January 26, 2006

3 diretores

Uma hipotética entrevista minha no Segundo Caderno daqui a alguns anos, assim que eu lançar O Arco íris da Gravidade na versão de 4 horas e ganhar Cannes-Berlin-Sundance (Veneza não, Veneza só premia porcaria).


SC: Como foi ganhar três prêmio importantíssimos para o cinema mundial e ainda ser indicado ao Globo de Ouro?
Eu: Foi legal. Dá dinheiro e tudo e fica cheio de mulher a fim. Estou testando meu lado Bogart e pela primeira vez tem dado certo.

SC: Você acha que é uma vitória do cinema nacional?
Eu: Claro que não. É minha. Foi filmado na Europa, os atores são estrangeiros, parte da equipe também. E eu odeio Glauber Rocha, que fique claro isso.

SC: Por que você resolveu adaptar um livro considerado infilmável e até mesmo ilegível?
Eu: Porque é o melhor livro que já li. É genial, e muito adaptável ao cinema. Tanto que deu certo. Tudo bem que tive que reduzir os 417 personagens a 86 e omitir quase todas as passagens estranhas, mas mesmo isso foi difícil. Não tinha como ter menos que 4 horas. O DVD vai vir com a versão integral, de 6 horas, que é a que considero boa.

SC: Por que não fazer uma trilogia, por exemplo?
Eu: É picareta. Trilogia normalmente é picareta. Normalizando pro cinema, é quase como uma novela que vai se alongando em capítulos sem graça e aí você fica inventando coisas pra encher linguiça. Senhor dos Anéis é picaretagem em estado bruto. Deus me livre fazer algo assim.

SC: E qual sua grande inspiração pro filme?
Eu: O livro, e mais nada. Não precisa de mais. Ele é completo. É quase um roteiro.

SC: E sobre a escolha de Steve Buscemmi para o papel de Slothrop?
Eu: Foi o primeiro ator que pensei e ele aceitou, o que é ótimo. Acho o cara um dos melhores e mais improváveis atores de sua geração.

SC: E a presença de Bill Murray?
Eu: Bill é um velho amigo pessoal que considero o melhor ator do mundo. Disse a ele que escolhesse um papel e ele se interessou pelo Poinstman, que fez de maneira brilhante, como sempre.

SC: E é verdade que Thomas Pynchon fez uma ponta no filme?
Eu: Pode ser, pode não ser. Mandei o roteiro e os planos de filmagem a ele, e ele respondeu dizendo que tinha gostado muito. Algum tempo depois recebi uma carta dele dizendo que faria um papel de extra no filme, já tinha até conseguido. Não sei se é verdade, mas ele pode ser algum dos muitos figurantes. Fica o suspense.

SC: E quais são suas grandes influências no cinema?
Eu: Pra não usar os óbvios e mais antigos, diria que há hoje três diretores de verdade no mundo - Wes Anderson, PT Anderson e Lukas Moodysson. Do primeiro gosto do lado "cinema autoral", de parecer ser tudo o tempo inteiro uma grande brincadeira que o estúdio ainda não descobriu, além do fato de filmar bem pra cacete. O PT Anderson é o mestre. Gosto do modo como as músicas são personagens do filme e não pano de fundo e do desenvolvimento dos personagens, que beiram a perfeição, a fotografia e a direção de atores. Quem fez o Tom Cruise atuar bem - e nem o Kubrick conseguiu - merece respeito. Já o Lukas Moodysson é um mestre no uso da câmera, fugindo de todos os clichês atuais de filmagem - você nunca o verá filmando um espelho pra depois voltar pra cena mesmo e todos verem que é um maldito espelho. e utiliz muito bem as músicas nos filmes.

SC: Você pretende trazer o filme para o Festival do Rio?
Eu: Pretendo, claro. Vai passar em sessão única meia-noite no Oedeon. Algumas das melhores sessões de cinema da minha vida foram assim.

SC: Arco Íris da Gravidade é candidato ao Tony de Ouro?
Eu: Claro que sim. É um prêmio independente, com júri independente. Pode ser que ganhe, mas seria por méritos, como sempre.

Monty Python porteño

As Mães da Praça de Maio resolveram parar de reclamar do governo porque Kirchner é amigo. As avós da Praça de Maio não concordam e prometem protestar contra o governo e as Mães da Praça de Maio.

Ainda vão fazer um protesto em anagrama. Ah, a Argentina...

Das grandes mensagens que se recebe no celular

Na madrugada de segunda:

"Oi...será que o senhor se importaria de receber msgs, de vez em quando, de uma menina que possui uma qualidade rara e peculiar?"

Monday, January 23, 2006

Sabão de Massília, uma galinha inteira com pena...

Domingo acordei totalmente torto, após uma leve bebedeira no sábado a noite. Saí de casa pra tomar um ar na praia com um amigo e fomos andando até o final de Ipanema. Com fome, resolvemos comer num pub por lá chamado originalmente "Irish Pub". Ainda com a cabeça doendo e meio aéreo comecei com a cervejinha santa do dia seguinte.

Pedi um cozido irlandês e foi então que descobri (música crescendo, cara de alegria) A Cura da Ressaca!

Meu método de cura da ressaca até então era uma ida a praia. Lá, tomava um mate, dava um mergulho, aí iniciava os trabalhos com a cerveja do pós-ressaca e pronto, estava melhor. Melhor, não curado.

Mas com o cozido irlandês é diferente. É uma sopinha de carne e purê de batatas com legumes e molho bem picante de Guinness. No meio do prato já tinha notado a melhora e ao final estava bomo como se não bebesse há um mês. Poderia sair dali fazendo embaixadinhas de costas de tão disposto que estava. Me lembrei do caldo que cura a ressaca que o Asterix inventou em "Louros de Cesar" e foi responsável pelo começo do fim da civilização romana. Não que isse signifique algo. Não sei. Mas o caldo já está instituído como Prato Oficial da Ressaca. Mesmo com praia.

Hocus Pocus

Sexta à noite. Caminhava de volta para casa triste. Já havia recebido umas 3 ligações para sair e tinha respondido a todas da mesma maneira - "não posso, tô doente, tenho que ficar em casa e não beber". Aí me lembrei que o antibiótico havia acabado e resolvi ligar pra mamãe pra perguntar o nome e comprar outro. Ela me respondeu: "você já está bem, não?" "Estou'. "Ah, então pode parar de tomar remédio".

Foi genial. O médico disse que devia ficar em repouso e tomar remédio até sexta agora. Mas mamãe me deu alta. E ela vale mais. Saí direto prum chopp.

Friday, January 20, 2006

Foxtrot

Ontem vi um dos piores filmes de todos os tempos. É chinês, não devia esperar grande coisa mesmo. Mas mesmo assim. É uma comédia chinesa! Dolorosamente ruim, depois dela até American Pie deve ser engraçado. Ah sim, o filme foi traduzido como Kung Fusão - não, não podia ser coisa boa mesmo. Um zero com viés negativo senso de humor oriental.

Senso de humor é característica fundamental e primeira que uma pessoa deve possuir. Se estivesse jogando um "Cara a Cara" pra chegar a uma mulher, por exemplo, a primeira pergunta que faria seria "senso de humor" - sim, antes mesmo de "gorda" ou "olho caído" ou "anã". Sem senso de humor eu dispenso a Kirsten Dunst (depois de alguns dias, é claro) e a Scarlet Johansson.

E senso de humor explica muita coisa. A decadência do mundo, tão propalada por tanta gente, é facilmente explicável pelo senso de humor. É fato que o auge da humanidade foi o séc. XIX. e, desde então, tem sido ladeira abaixo a trajetória. Tendo como referencial a Revolução Industrial, a Inglaterra foi a potência dominante até, digamos, a primeira guerra mundial. É sabido também que os britânicos têm o melhor senso de humor do mundo - logo, a humanidade viveu seu auge neste período.

Aqui abre-se espeaço para um maior esclarecimento a respeito do senso de humor dos povos, talvez num Top 5. Quis fazer um Top 5 que fosse Inglaterra - Escócia - Irlanda - País de Gales - Irlanda do Norte (feliz de quem ri de si mesmo) mas não seria muito legal. Considerando todos esses povos como britânicos (menos os irlandes, claro)...

Top 5 Povos por senso de humor

1. Britânicos
2. Irlandeses
3. Italianos (meia farofa, sim, mas é farofa do bem - vide Brancaleoni)
4. Austríacos (sim, acreditem, é bom, não parece o alemão)
5. Mexicanos (fizeram o Chaves, precisa mais?)

Sabemos que a Inglaterra deu espaço para os Estado Unidos na hegemonia mundial (temos a União Soviética também com um bloco, mas alguém já viu comunista com um pingo de senso de humor? Dessa parte é melhor nem comentar). A decadência estava dada, e é a que estamos vivendo. Em lugar da ironia, da sutileza e do humor ácido, temos torta na cara, sorvete na testa e risadas de auditória. Diabos. Mas o pior está por vir. Caso a China realmente vire uma superpotência e domine o mundo com seus malditos filmes chatos e seu ridículo senso de humor, será o fundo do poço. Mas eu não quero ser o profeta do apocalipse. Sou o último romântico. Acredito no ressurgimento da Inglaterra e da Italia como potências. Com auxílio da Irlanda.

Thursday, January 19, 2006

AA

Meu nome é Werner Daumier-Smith e estou há 4 dias sem beber.

Continuações Inacreditáveis

Quem filma isso não deve ter sido amamentado na infância.

- Loucademia de Polícia 8 - o primeiro até que tem algum valor, principalmente pelos personagens bizarros. Mas aí não sabem a hora de parar e por isso não param. Pena mesmo do Gutenberg, que fez algum sucesso até mas está preso nisso. E o Tacleberry morreu, sem ele o filme perde toda a graça.

- Titanic 2 - esse é o mais incrível. Preciso saber do que se trata.

Wednesday, January 18, 2006

Cai Liminar que Impedia Tony de Ouro

Patrícia de Menezes
Ilustrada - Folha de São Paulo
Da sucursal do Rio

A justiça do Rio derrubou ontem a liminar que impedia a realização do Tony de Ouro 2005. A liminar havia sido pedida pelo advogado de Steven Spielberg no Brasil, Olegário de Matos, com base nos acontecimentos dos anos anteriores - no Tony de Ouro de 2003 chegou a haver uma chuva de tomate sobre uma foto do diretor. Havia também rumores da criação de um prêmio para o pior final de filme com o nome de "Steven Spielberg". A juíza da 4º vara de cinema, Denise Leuchtenbal, considerou as razões para o impedimento fracas, sustentando a liberdade de expressão no país. Há rumores de que um pedido semelhante foi feito na França contra o Murta de Ouro, mas o juiz havia rido do pedido e mandado o diretor "ver se estava fazendo sol em Los Angeles". Procurado, o diretor preferiu não se manifestar, alegando que estava trabalhando com afinco no final de seu próximo filme.

O Tony de Ouro, que estava marcado para o primeiro sábado do ano, no Theatro Municipal, irá ser realizado na próxima sexta, no Real Gabinete de Leitura Português. O ator Bill Murray, amigo pessoal de Tony, confirmou presença e, segundo rumores, já estaria na cidade - há quem jure tê-lo visto no domngo no Unibanco Arteplex.

Foi anunciada ainda uma novidade no prêmio deste ano: seguindo o exemplo do Murta de Ouro, haverá o prêmio de melhor livro de 2005. A lista oficial dos indicados sai amanhã.

Castigo

40,5º de febre durante o dia ontem. Relatos de que eu mandava meus exércitos avançarem a qualquer custo, "como fizeram os rusos na segunda guerra". Eles ganharam, não era uma ordem tão absurda assim. Fato é que o que o que o médico classificou como "infecção conjunto da obra" - excesso de bebida e sol, falta de comida e sono - me fará ficar 10 dias em repouso. Sem bebida. Sem praia. Sem esporte. É um castigo, sim, mas bem pequeno - afinal, sexta tem vários filmes novos começando e eu tenho um par de livros para ler em casa. E ontem já comecei com filmes.

Após uma injeção salvadora, já em estado normal de leve febre, resolvi ver um "Spike Lee joint" (não, não era parte da alucinação). Fui de Verão de Sam e, bem, gostei bastante. Um 3 sólido. O filme se passa em NY no verão de 1977, que bateu recordes de temperatura (40º graus, até para nós é muito), teve um blecaute com saques pela cidade toda e um maníaco que matava pessoas, o tal do Son of Sam. Mas o melhor do filme são as referências de época, como um bar cuja música de fundo era Psycho Killer e o personagem do Adrien Brody que vira punk, começa a falar com sotaque britânico e frequenta o CBGB. Ah sim, ele é viciado em The Who, o que remete a uma das melhores cenas de música da história, à la PT Anderson - num momento de virada na história, toca Baba O´reilley inteirinha. Enfim, o Spike Lee é bom, vou ver as outras coisas do rapaz.

Monday, January 16, 2006

Lord Jekins

O sol insiste em não ir embora. Todo final-de-semana acordo, vejo o sol vou à praia, bebo cerveja a rodo, emendo com outras coisas até chegar em casa destruído. Quando acordei no domingo e vi que, mais uma vez, não havia uma nuvem no céu, pensei em partir novamente para a praia, mas refuguei e dei uma chance ao cinema. Peguei um livro de cinema - existem livros de cinema, livros de praia, livros de cama e por aí vai. Um ônibus com ar-condicionado me levou ao Arteplex, bom local para um série de filmes num domingo de sol no Rio.

Esperava achar o cinema vazio - a impressão que se tem num dia de sol é que todo mundo está na praia. Mas, mesmo chegando cedo e para a primeira sessão, estava cheio. A segunda impressão era de que só havia velhos, mas também era falsa. Havia jovens, uma inglesa linda perdida, algumas crianças. Não sabia bem o que ver e acabei me guiando pela inglesa - motivo nobre, e entrei no Vanity Fair, que por sinal é ruim mas tem aristocratas ingleses do século XIX então não pode ser tão ruim assim. E tinha a inglesa, que poderia ser uma aristocrata, vai saber. No intervalo fiquei observando as pessoas no saguão. Havia uns tipos bem bizarros - um velho com um Manifesto Comuista na mão, duas lésbicas se beijando (eram feias, daquele tipo velha com cabelos desgrenhado e por isso a cena também era feia), um garoto gordinho que comprou com o avô 4 pacotes de frumello, uma pipoca grande pra cacete e uma coca monstruosamente grande (aliás, estava em São José dos Campos certo dia e resolvi ver King Kong num Cinemark. Fui na bomboniere, pedi uma Coca pequena e me deram uma de 500ml. Havia a opção de 1 litro também. Bizarro.)(Me lebrei de outra coisa: odeio refrigerante, mas por algum motivo toda vez que vou ao cinema tenho que beber uma Coca. Mais uma mania. Sem Coca acho que não consigo ver o filme), um poeta(sic) que tentava vender sua obra para incautos velhinhos e a mulher com o maior número de plásticas da história do universo - uma Tônia Carrera plus, tão esticada que estão pensando em usá-la como instrumento musical no carnaval da Bahia. Enfim, uma selva de primeira. Pensei onde entraria nessa história. Acabei não lendo nada e fui direto ao segundo filme - Produtores, que é muito pior que o original e não tem o Gene Wilder. Um velho dormiu durante o filme. (Estou escrevendo o maior parágrafo do mundo. Aliás, minto. Tem um livro de 100 páginas com 2 parágrafos apenas. O segundo é uma frase).Terminou tudo cedo, ainda havia tempo para o por-do-sol no arpoador. Peguei um ônibus vazio, que ia bem até parar num ponto e se encher de argentinas. Muitas argentinas, para todos lados, entupiram o ônibus. Pensei que a viagem não deveria acabar nunca, mas ela acabou rápido. Por fim, o por-do-sol, quando não resisti e tomei uma (uma só) cerveja, pra constar. E assim foi.

O bom é que consegui ficar um dia sem beber (uma não conta) e ir à praia (por-do-sol não conta), o que me deixou orgulhoso.

L´oréal Paris

Um tempo atrás fiz um Top 5 Finais de Filme. Fui reler, continuo achando justa a lista, mas deixei de fora um filme que, no mínimo, deveria levar uma menção honrosa ou algo do tipo - Dolls, do Kitano. O filme é espetacular, um 4 bastante sólido, mas é o final mesmo que é genial - vai indo num crescendo de silêncio que termina com os 30 minutos finais mais silenciosos da história. E é sensacional.

Ah sim, vi o trailer do novo Spielberg e (eu nunca disse isso) me pareceu bom. Espero que o rapaz volte a acertar a mão, o que não tem acontecido desde Tubarão.

Lencinho azul

Estão destruindo o Gene Wilder, esses malditos. Primeiro refazem o Willy Wonka. Ficou bom o filme, o Johnny Depp tá legal, mas ele era clássico. Agora refazem o Produtores. Com o Mathew Broaderick. Tudo bem que o cara tem o bônus infinito por ser o Ferris Bueller. Muito infinito. Mas não é o Gene Wilder. Só falta refilmarem o Jovem Frankenstein. Com o Rob Schneider no papel dele. Seria o fim.

Tuesday, January 10, 2006

6:19 am

Com um dentinho torto
Citando o Tacleberry
Deus mandou à terra um anjo

Pequenas Grandes Idéias

Tenho um sonho antigo de abrir um albergue da juventude. Talvez um dia o faça, mas demanda muito mais dinheiro e tempo do que eu tenho. Mas surgiu uma idéia genial. Posso me mudar pra um apartamento de 2 quartos, fazer um dos quartos um dormitório e entrar num esquema Bed & Breakfast, mas sendo um Beer & Breakfast, algo totalmente voltado ao turismo de festa e bebedeira. Nada além disso. Nem cama vai ter - espalho uns colchões pela sala e quarto e cada um se vira. Vai estar todo mundo bêbabdo mesmo, quem se importa. Estudo preliminares garantem alta aceitação entre ingleses e alemães. Sucesso garantido, com fila de mais de 1 ano e tudo.

Thursday, January 05, 2006

Cocaine

É como dar vodka para um ex-alcólatra. Comecei ontem O Eterno Marido, depois de longa data sem ler um Dostoievski. Comecei a só parei quando meu sono estava bizarro, de madrugada. Dostoievski é muito foda. Pelo jeito, vou precisar voltar logo logo ao DA (Dostoievskianos Anônimos).

Nota da Ilustrada

Em breve nota, foi divulgado ontem os finalistas do Tony de Ouro 2005. São eles: Closer, Steve Zissou, Old Boy, Flores Partidas e A Queda!. A produção do evento informa ainda que Fantástica Fábrica de Chocolate ficou de fora da lista por ser uma refilmagem. O vencedor será conhecido no sábado, em cerimônio no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O ator Bill Murray é esperado no evento.

Tuesday, January 03, 2006

5 resoluções de ano novo

(ditas bêbadas durante os fogos)

1. Nunca mais tomar porre de licor
2. Não ver o novo Spielberg
3. Nunca, jamais, em hipótese nenhuma, ficar com uma perua da Barra
4. Não ver filmes no Leblon
5. Acabar o que falta de Dostoiveski

Flor do pântano

Dizem que a primeira coisa do ano molda todo o resto. Comecei mal na parte de filmes - vi ontem Aprendendo a Mentir, um filme alemão que é pra lá de xinfrim. Nem o fato de ser alemão e ter a mulher mais gata da história funciona ali. O cinema alemão, aliás, não funciona desde a década de 20 (não coloco a década de 30, com a Leni, pra não criar problemas). Pelo menos consegui comprar o Fábrica de Choclolate novo por 15 reais e ainda ganhei um estojo.

Pra não ficar mal vou começar o ano com um Dostoiveski.

O menino é o pai do homem

A explicação pode estar na garrafa de Amaretto que matamos no bico. Ou no maldito Bloody Mary Mix. Fato é que após os fogos em Copacabana invadi uma festa com dois amigos dizendo sermos o Coral do Teresiano. Na entrada cantamos "We wish you a merry christmas, we wish you a merry christmas, we wish you a merry christmas, and a happy new year" em vários tons e entramos na festa. Havia uns velhos na sala, e eu estava com uma camisa escrito Suécia em sueco (Sverige).

Parênteses. A camisa foi escolhida especialmente para a data, no que é conhecido como Teoria da Atração dos Iguais (TAI). A TAI prega que os iguais se reconhecem e interagem. Meu objetivo único era conhecer suecas, e a camisa era o chamariz para tal. "ah, você é sueco também?" "Não, brasileiro, mas vamos conversar". Havia uma leve esperança que a TAI servisse também para outras nórdicas - finlandesas, norueguesas, dinamarquesas, quem sabe até mesmo islandesas, o que seria genial. Um objetivo justo.

Lá dentro a notícia co coral se espalhou de alguma maneira inexplicável. Certa hora, fui ao banheiro, e para isso tinha que passar pela sala dos velhos. Na volta, uma velha me parou perguntando se eu havia morado na Suécia. Respondi que sim, e ela perguntou se tinha sido para estudar música. A mentira do coral estava ficando gigante. Ficamos um bom tempo conversando. Falei dos corais natalinos de Gothemburg, de como é bom cantar no frio, dos professores russos que tinham emigrado pra lá, de um concerto que havia dado numa categral gótica no norte do país. Saímos um tempo depois mas um amigo estava com uma mulher e ficou. Ele disse que mais tarde uma outra velhinha veio falar de mim e me citou como reitor do coral e tal. Espero não encontrar essas pessoas tão cedo.

E aqui cabe a nota triste: a velhinha foi a única que reconheceu a camisa. Quero crer que não havia suecas no meu caminho. Ou eu não me pareço sueco e elas viram claramente que era apenas um brasileiro tentando a aproximação via TAI.

Se a TAI não funcionou, uma outra teoria que eu preferia não tivesse funcionado foi comprovada com louvor - Teoria da Diluição do Dinheiro Pelo Álcool (TDDPA). Esta teoria prega que o excesso de consumo de álcool derrete as cédulas de dinheiro do seu bolso ao longo da noite. Há toda uma explicação químico-biológica para isso que foge ao escopo desse blog. Fato é que morri em 120 reais sem saber bem como. Um exemplo ilustrativo: final da noite, fome infinita, entro no Bob´s. Peço um double cheese "com muito ovo e muito queijo porque estou morrendo". A mulher me perguntou quanto de queijo e ovo e eu disse "muuuuuito". Vai ver ela entendeu a intensidade do u, e o resultado foi um sanduíche absurdamente grande que me custou 20 reais. Malditas teorias.