Dissecando os Cinemas, Por Rembrandt
Um Top 5 cinemas para o Rio de Janeiro
O ato de ir ao cinema não deve ser entendido com um programa puro e simples, se encerrando nele mesmo. Quando isso ocorre, ouço, no incosciente, a já famosa citação César não vai gostar nada disso, ah não. Cinema é parte de um todo, a parte principal, mais interessante, admito, mas parte de um todo. Ir ao cinema envolve também livrarias, café, restaurantes, passeios no calçadão da praia, no Leblon. E por aí vai.
O Estação Ipanema é excelente. Um bom cinema, nada megalômano, cadeiras boas. O público varia muito - nas sessões da tarde é predominentemente idoso, um público basicamente inercial. Nas sessões mais de noite, muitos casais, jovens e velhos. No geral não é um público bom. O que passa lá também deixa a desejar de vez em quando - síndrome de Leblon, de cinemão pipoca. Mas o que garante a pontuação do EI é a localização - em frente a Travessa, perto do Leblon. Um belo lugar para emendar com um livro e um café na Travessa, ou uma Guinness no Lord jim.
O Espaço Leblon é um cineminha legal - pequeno, com uma programação sempr interessante. É ao lado de Da conde, boa livraria, com café, é ao lado do Informal, é perto da Dias Ferreira. O público já é mais diversificado, embora também seja predominantemente idoso nas primeiras sessões - costuma aparecer gente interessante nas sessões mais tarde.
Já o Laura Alvim é o mais simpático deles, caindo no bônus "gueto". Não sei se já expliquei a Teoria do Gueto, então faço isso agora.
A Teoria do Gueto (TG) surgiu no Festival de 2002 (também conhecido como O FESTIVAL, tudo maiúsculo mesmo) para explicar o porquê alguns filmes eram vistos no Festival, mesmo sabendo que iriam estrear depois. É o lance de todas as pessoas estarem ali pra isso - o filme, o evento, e não o programa, ir com a mulherzinha que você quer pegar, essas coisas. Cinema é filme, concentração. Num filme do festival estão os "seus", e assim, normalmente, fica melhor. Exemplo: vi Apocalypse Now Redux no Festival, sessão meia-noite no Odeon. Todos estavam lá porque adoram o filme, se amocionam na abertura com o Napalm, com a Cavalgada das Valkírias, com o Coronel recitando T. S. Elliot, com o horror, o horror - e não porque é programa, porque quer pegar a mulherzinha, porque o crítico do Globo falou bem. Mais tarde, tive que levar uma pessoa no mesmo filme, na Barra (na Barra!) numa sessão noturna. O cinema terminou com 6 pessoas, e estava lotado. Isso explica tudo na TG. E lembrando que o auge da TG é no Festival, nas sesões de meia-noite do Odeon.
Pois bem, o Laura Alvim é o mais TG de todos, um lugar onde as chances de eu conhecer a mulher da minha vida são grandes, local de paixões platônicas. É um lugar agradável, bonito, como já disse bem frequentado. O cinema é pequeno, aconchegante, gelado, com ótima programação. Peca um pouco pela distância da zona de influência do MWA, uma vez que sou obrigado a pegar veículos motorizados muitas vezes, o que é ruim. Bom é quando posso voltar caminhando pela orla, refletindo sobre filmes - vide Brilho Eterno, o auge disto.
O Espaço unibanco é Local muito agradável, com um ótimo sebo - um sebo que já me vendeu um Pynchon (V) e um Fante (Road to L.A.) não pode ser ruim. O café não é grande coisa, mas o cinema é bom, com boa programação. Perto tem um café bom. O problema é a distância, a obrigatoriedade de conduções motorizadas para completar o MWA, o que tira o charme do local e o brilho do programa. É um local bem propenso a TG, embora menos que o Laura Alvim. Ainda assim é uma excelente opção.
Por fim temos o Odoen. É lá que se realizam as maratonas. É lá que se realizam as sessões cineclube às quartas. É lá que estão as melhores sessões do Festival. TG forte. O cinema é lindo, grande, elegante, com cortinas, sino. O único problemas é a distância - para sessões matutinas, corre-se o risco de ficar sem metrô, e ter que ir de carro é sempre ruim. Restam as caronas. Não poder ir a pé tira muito do brilho de um cinema. Mas apesar de toda a distância vale muito a pena.
O Top 5 cinemas então ficaria
1. Laura Alvim
2. Estação Ipanema
3. Espaço Leblon
4. Espaço Unibanco
5. Odeon
O ato de ir ao cinema não deve ser entendido com um programa puro e simples, se encerrando nele mesmo. Quando isso ocorre, ouço, no incosciente, a já famosa citação César não vai gostar nada disso, ah não. Cinema é parte de um todo, a parte principal, mais interessante, admito, mas parte de um todo. Ir ao cinema envolve também livrarias, café, restaurantes, passeios no calçadão da praia, no Leblon. E por aí vai.
O Estação Ipanema é excelente. Um bom cinema, nada megalômano, cadeiras boas. O público varia muito - nas sessões da tarde é predominentemente idoso, um público basicamente inercial. Nas sessões mais de noite, muitos casais, jovens e velhos. No geral não é um público bom. O que passa lá também deixa a desejar de vez em quando - síndrome de Leblon, de cinemão pipoca. Mas o que garante a pontuação do EI é a localização - em frente a Travessa, perto do Leblon. Um belo lugar para emendar com um livro e um café na Travessa, ou uma Guinness no Lord jim.
O Espaço Leblon é um cineminha legal - pequeno, com uma programação sempr interessante. É ao lado de Da conde, boa livraria, com café, é ao lado do Informal, é perto da Dias Ferreira. O público já é mais diversificado, embora também seja predominantemente idoso nas primeiras sessões - costuma aparecer gente interessante nas sessões mais tarde.
Já o Laura Alvim é o mais simpático deles, caindo no bônus "gueto". Não sei se já expliquei a Teoria do Gueto, então faço isso agora.
A Teoria do Gueto (TG) surgiu no Festival de 2002 (também conhecido como O FESTIVAL, tudo maiúsculo mesmo) para explicar o porquê alguns filmes eram vistos no Festival, mesmo sabendo que iriam estrear depois. É o lance de todas as pessoas estarem ali pra isso - o filme, o evento, e não o programa, ir com a mulherzinha que você quer pegar, essas coisas. Cinema é filme, concentração. Num filme do festival estão os "seus", e assim, normalmente, fica melhor. Exemplo: vi Apocalypse Now Redux no Festival, sessão meia-noite no Odeon. Todos estavam lá porque adoram o filme, se amocionam na abertura com o Napalm, com a Cavalgada das Valkírias, com o Coronel recitando T. S. Elliot, com o horror, o horror - e não porque é programa, porque quer pegar a mulherzinha, porque o crítico do Globo falou bem. Mais tarde, tive que levar uma pessoa no mesmo filme, na Barra (na Barra!) numa sessão noturna. O cinema terminou com 6 pessoas, e estava lotado. Isso explica tudo na TG. E lembrando que o auge da TG é no Festival, nas sesões de meia-noite do Odeon.
Pois bem, o Laura Alvim é o mais TG de todos, um lugar onde as chances de eu conhecer a mulher da minha vida são grandes, local de paixões platônicas. É um lugar agradável, bonito, como já disse bem frequentado. O cinema é pequeno, aconchegante, gelado, com ótima programação. Peca um pouco pela distância da zona de influência do MWA, uma vez que sou obrigado a pegar veículos motorizados muitas vezes, o que é ruim. Bom é quando posso voltar caminhando pela orla, refletindo sobre filmes - vide Brilho Eterno, o auge disto.
O Espaço unibanco é Local muito agradável, com um ótimo sebo - um sebo que já me vendeu um Pynchon (V) e um Fante (Road to L.A.) não pode ser ruim. O café não é grande coisa, mas o cinema é bom, com boa programação. Perto tem um café bom. O problema é a distância, a obrigatoriedade de conduções motorizadas para completar o MWA, o que tira o charme do local e o brilho do programa. É um local bem propenso a TG, embora menos que o Laura Alvim. Ainda assim é uma excelente opção.
Por fim temos o Odoen. É lá que se realizam as maratonas. É lá que se realizam as sessões cineclube às quartas. É lá que estão as melhores sessões do Festival. TG forte. O cinema é lindo, grande, elegante, com cortinas, sino. O único problemas é a distância - para sessões matutinas, corre-se o risco de ficar sem metrô, e ter que ir de carro é sempre ruim. Restam as caronas. Não poder ir a pé tira muito do brilho de um cinema. Mas apesar de toda a distância vale muito a pena.
O Top 5 cinemas então ficaria
1. Laura Alvim
2. Estação Ipanema
3. Espaço Leblon
4. Espaço Unibanco
5. Odeon
1 Comments:
Que pena que vc não incluiu o IMS. Acho que aquela abertura de cortinas com uma saída para o jardim é incrível. O café é médio, mas dá para o gasto. Sempre vale a pena descer (a subida não dá, sou baiano) e passar pela PUC.
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