Monday, January 16, 2006

Lord Jekins

O sol insiste em não ir embora. Todo final-de-semana acordo, vejo o sol vou à praia, bebo cerveja a rodo, emendo com outras coisas até chegar em casa destruído. Quando acordei no domingo e vi que, mais uma vez, não havia uma nuvem no céu, pensei em partir novamente para a praia, mas refuguei e dei uma chance ao cinema. Peguei um livro de cinema - existem livros de cinema, livros de praia, livros de cama e por aí vai. Um ônibus com ar-condicionado me levou ao Arteplex, bom local para um série de filmes num domingo de sol no Rio.

Esperava achar o cinema vazio - a impressão que se tem num dia de sol é que todo mundo está na praia. Mas, mesmo chegando cedo e para a primeira sessão, estava cheio. A segunda impressão era de que só havia velhos, mas também era falsa. Havia jovens, uma inglesa linda perdida, algumas crianças. Não sabia bem o que ver e acabei me guiando pela inglesa - motivo nobre, e entrei no Vanity Fair, que por sinal é ruim mas tem aristocratas ingleses do século XIX então não pode ser tão ruim assim. E tinha a inglesa, que poderia ser uma aristocrata, vai saber. No intervalo fiquei observando as pessoas no saguão. Havia uns tipos bem bizarros - um velho com um Manifesto Comuista na mão, duas lésbicas se beijando (eram feias, daquele tipo velha com cabelos desgrenhado e por isso a cena também era feia), um garoto gordinho que comprou com o avô 4 pacotes de frumello, uma pipoca grande pra cacete e uma coca monstruosamente grande (aliás, estava em São José dos Campos certo dia e resolvi ver King Kong num Cinemark. Fui na bomboniere, pedi uma Coca pequena e me deram uma de 500ml. Havia a opção de 1 litro também. Bizarro.)(Me lebrei de outra coisa: odeio refrigerante, mas por algum motivo toda vez que vou ao cinema tenho que beber uma Coca. Mais uma mania. Sem Coca acho que não consigo ver o filme), um poeta(sic) que tentava vender sua obra para incautos velhinhos e a mulher com o maior número de plásticas da história do universo - uma Tônia Carrera plus, tão esticada que estão pensando em usá-la como instrumento musical no carnaval da Bahia. Enfim, uma selva de primeira. Pensei onde entraria nessa história. Acabei não lendo nada e fui direto ao segundo filme - Produtores, que é muito pior que o original e não tem o Gene Wilder. Um velho dormiu durante o filme. (Estou escrevendo o maior parágrafo do mundo. Aliás, minto. Tem um livro de 100 páginas com 2 parágrafos apenas. O segundo é uma frase).Terminou tudo cedo, ainda havia tempo para o por-do-sol no arpoador. Peguei um ônibus vazio, que ia bem até parar num ponto e se encher de argentinas. Muitas argentinas, para todos lados, entupiram o ônibus. Pensei que a viagem não deveria acabar nunca, mas ela acabou rápido. Por fim, o por-do-sol, quando não resisti e tomei uma (uma só) cerveja, pra constar. E assim foi.

O bom é que consegui ficar um dia sem beber (uma não conta) e ir à praia (por-do-sol não conta), o que me deixou orgulhoso.

2 Comments:

Blogger F P said...

Ué... Um ônibus cheio de argentinas é ruim? Não entendi... E o que vc fazia no por do sol no Arpoador?? Preciso te contar depois o porque, mas o Arpoador não é um bom lugar pra vc ir no por do sol...

9:32 PM  
Blogger Werner Daumier-Smith said...

"Pensei que a viagem não deveria acabar nunca, mas ela acabou rápido". Isso significa que:

1. Elas eram lindas
2. Elas eram argentinas
3. Elas eram porteñas
4. Eu estava no paraíso

Quanto ao arpoador, recado dado. Normalmente fico no Posto 9, foi só uma vez. Não repetirei.

10:48 PM  

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