Prefácio
O pessoal da Travessa vai fazer biquinho e chorar mas não mudo a minha opinião. Descobri a melhor livraria do Rio. Já sabia que ela existia, já tinha ido lá, mas nesse Festival ela se tornou minha segunda casa, meu local de almoço e jantar, local das prazerosas leituras entre-filmes ou apenas palco da observação alheia. Trata-se da Prefácio. Mais uma vez a Teoria do Gueto, especialmente no Festival. O lugar é (bem) frequentado pelos fanáticos do Festival e normalmente pelo público do Estação e do Espaço. É simpática, tem uma entrada bonita, os livros são bons, tem um balcãozinho e três áreas de café espalhados pela loja. Meu preferido é o segundo andar mais pro fundo da loja, onde é possível sentar e observar todo o movimento da loja. A música é boa, na altura certa, as pessoas são discretas e o cappuccino bastante bom. Com o tempo consegui até criar um método de identificação das pessoas que entram, ainda não comprovado empíricamente - mas quem liga pra isso afinal?
Na entrada, após o balcão, tem uma estante com os lançamentos. É fácil perceber quem é quem pelo modo de lidar com esse balcão. Passar reto exclui a pessoa, mas aí ela recai em duas possibilidades - ou não dá a mínima mesmo e merece a fogueira, ou já tá cansada de ver os livros que estão ali e aí é uma pessoa do bem. Tem a pessoa que entra e mira nos livros errados - sim, é preciso saber exatamente qual é cada livro da estante. Se a pessoa se interessar, por exemplo, por um livro de contos que me esqueci o nome mas é algo do tipo "contos fantádticos no labirinto de Borges" é uma pessoa picareta, falsamente legal. Um livro desses é pega-trouxa total. Talvez ela esteja querendo te impressionar com um suposto interesse por borges. Tadinha. Uma noz podre, como diria o wonka. Vai pro buraco. Tem outros livros que nem mercem ser olhados - aqueles com uma faixa de papael em volta escrito "mais de 200.000.000 milhões de exemplares vendidos na França", coisas do tipo. A maioria das pessoas vai direto nesses, infelizmente. Provavelmente nem conhecem muito, são facilmente atraídos por faixinhas. Almas perdidas. Um padre faria bem a elas. Mas tem as pessoas legais. Essas entram, olham os livros certos, riem dos livros errados, uma passadinha nos cds de jazz, sobem ao café - mezzanino, mais ao fundo - e sacam um livro de sebo enquanto degustam um cappuccino e esperam pelo próximo filme - do leste europeu, nada de orientais porque elas abominam esse filmes.
Na entrada, após o balcão, tem uma estante com os lançamentos. É fácil perceber quem é quem pelo modo de lidar com esse balcão. Passar reto exclui a pessoa, mas aí ela recai em duas possibilidades - ou não dá a mínima mesmo e merece a fogueira, ou já tá cansada de ver os livros que estão ali e aí é uma pessoa do bem. Tem a pessoa que entra e mira nos livros errados - sim, é preciso saber exatamente qual é cada livro da estante. Se a pessoa se interessar, por exemplo, por um livro de contos que me esqueci o nome mas é algo do tipo "contos fantádticos no labirinto de Borges" é uma pessoa picareta, falsamente legal. Um livro desses é pega-trouxa total. Talvez ela esteja querendo te impressionar com um suposto interesse por borges. Tadinha. Uma noz podre, como diria o wonka. Vai pro buraco. Tem outros livros que nem mercem ser olhados - aqueles com uma faixa de papael em volta escrito "mais de 200.000.000 milhões de exemplares vendidos na França", coisas do tipo. A maioria das pessoas vai direto nesses, infelizmente. Provavelmente nem conhecem muito, são facilmente atraídos por faixinhas. Almas perdidas. Um padre faria bem a elas. Mas tem as pessoas legais. Essas entram, olham os livros certos, riem dos livros errados, uma passadinha nos cds de jazz, sobem ao café - mezzanino, mais ao fundo - e sacam um livro de sebo enquanto degustam um cappuccino e esperam pelo próximo filme - do leste europeu, nada de orientais porque elas abominam esse filmes.
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