Tuesday, May 31, 2005

A favor do transporte público

Minha carteira de motorista venceu há mais de 2 anos, precisamente em abril de 2003. Não renovei, não preciso, não quero. Carro é superestimado, estressante, perigoso. Há alguns mitos clássicos sobre andar de carro. Um deles diz respeito exatamente ao perigo. Sim, tem assalto em ônibus - no metrô não tem! - mas também há assaltos nos sinais de trânsito. Principalemente se você estiver num carrão. Não sei as estatísticas, mas um deve regular com o outro. Andar de carro é chato porque você está ocupado preocupado em dirigir e perde preciosos minutos que poderiam ser gastos em algo muito mais produtivo - por 2 reais alguém dirige por mim enquanto posso desfrutar de uma leitura agradável. Sim, e aí entra também a questão do tempo - pra que chegar logo em casa? No meu caso, seria a pressa de ganhar alguns minutos com o carro pra chegar em casa e ler - faço isso logo no ônibus, no metrô, é divertido. A questão monetária também deve ser levada em conta: um carro, além do gasto de gasolina e estacionamento, também envolve seguro, IPVA, revisão, pneu gasto e por aí vai. E tem mais. A pessoa se estressa no carro com a fechada dos ônibus, mas você no ônibus não se estressa quando o mesmo fecha algum carro de passeio - há, argumento infalível, não? Mais, mais. Andar a pé é genial, faz bem, você vê as pessoas, as coisas, descobre coisas novas. No metrô tem gente interessante, pode surgir até casamentos. Malditos todos que se fecham em seus fumês com ar ligado ouvindo uma rádio boboca qualquer. Até quem vai ouvir música ouve melhor quando não tem que se preocupar com mais nada que não seja a seleção de seu ipod. Economistas aprendem: recusos são finitos, escassos, é preciso saber como usá-los. No caso do carro é assim - não perca tempo apertando botões e virando uma rodela se você pode ler, sem pressa. E ainda agrado a todos os ambientalistas, mas isso não sei bem se é tão positivo assim.

E o post foi motivado pela defesa do transporte público vinda do meu primo paulista - sim, aquele povo na outra ponta da Dutra, esquisito, que só anda de carro, até pra comprar pão na esquina, se apronta e vai de carro, devem adorar um trânsito. Menos ele.

2 Comments:

Blogger Unknown said...

Eu detestava carro antes de começar a dirigir. Hoje em dia acho razoavelmente divertido, como um videogame, desde que eu não me lembre que no fim das contas há vidas, incluindo a minha, em jogo. Mas o transporte público é muito melhor. E dou minha segunda mostra de esnobismo nos comentários desse blog dizendo que me felicito muito por estar a alguns meses de Paris, capital do Festival Permanente do Metrô. Rá.

9:38 PM  
Blogger Werner Daumier-Smith said...

Eu não disse que não é positivo, mas que talvez não seja assim tããããããão positivo, porque essas pessoas podem ser chatas também.

E essa história do professor de biologia me lembra do Sergio Noronha, o pior comentarista do mundo, que parece não gostar de futebol. Estou esperando o dia em que ele dirá "que jogo chato" quem dera estivesse eu no cinema!"

10:24 AM  

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