Monday, May 23, 2005

E o Festival implícito foi explícito

Era pra ser um Festival Implícito, um fingimento, algo na linha da véspera falsa que costumava fazer na época da faculdade e nunca dava certo (eu só estudava de véspera, e bota véspera nisso, então pra mudar tal situação institui a véspera falsa - fingia que era véspera mesmo e tinha que acordar no dia seguinte como que pronto pra prova, que na verdade só seria uma semana depois ou algo assim) porque uma hora eu enchia o saco e pensava "ah, tem mais uma semana ainda, que se dane!". Bem, um festival implícito era o reconhecimento da derrota de véspera (verdadeira), de que não conseguiria mesmo um festival explícito.

Diabos, tá confuso pacas isso. Coragem, jovem, coragem!

Acabou que dessa vez deu certo, e o festival implícito foi explícito, bem explícito. Começou bem com a chuva toda de domingo. Porgramei o primeiro filme pras 15:30hs mas fui pro Arteplex antes, bem antes, munido de livros. Cheguei, pedi um cappuccino e fiquei a ler o livro. "hmm, isso tem cara de festival". O local estava cheio, as pessoas circulando, sei lá. Mas o primeiro sinal mais forte de que algo especial se passava foi na fila de ingresos - o velhinho, personagem clássico do Festival, estava na minha frente. Quase chorei de emoção. Fui falar com ele "oi, lembra de mim, do Festival? Já nos falamos..." ele deve ter achado estranho a princípio mas respondeu que se lembrava quando citei nossa longa discussão do cinema japonês antes da sessão de Ninguém Pode Saber no Festival de 2004. Esse cara é uma lenda viva do Festival, um aposentado que já viu tudo, absolutamente tudo de cinema, e continua a frequentar os cinemas frenéticamente (será q chegarei assim aos 80? figas, figas....). Um cara divertido, bem crítico. E com ele conversei na longa fila, momentos antes de comprar o ingresso. Ele ia ver Star Wars meio a contragosto, mas era pq já tinha visto tudo q estava em cartaz e não queria bundar em casa - palmas pro velhinho.

Depois do velhinho, um filme portugues, bem interessante, Filme Falado, que foi visto nas escadas do cinema. Sim, nas escadas, e era o terceiro ponto positivo pró-festival - a falta de lugar, chegar atrasado nas sessões por estar saindo de outra. saí deste filme correndo pra comrpar ingressos, tinha apenas 5 minutos entre um e outro. Correria, ingresso, correria, e consegui chegar momentos antes de começar o segundo filme - o apenas regular A Janela da Frente. E o filme foi visto nas escadas também, no mesmo lugar do anterior. Lindo, lindo. Estava ficando bom. Saí deste segundo, dei uma longa olhada na livraria, e fui pro sebo do Espaço Unibanco, que estava coalhado de boas coisas - sim, bons livros no sebo do Espaço Unibanco também é coisa de festival (foi lá que comprei o V do Pynchon, Estrada para Los Angeles do Fante, entre outros). Acabei levando um Dubliners porque eu só tinha em portugues e um Ian McEwan que estava chegando na hora. E assim terminou o Festival Explícito de Maio - uma prévia do que virá, sim, sim. Ah, faltou o barbudinho, o fato de eu não ter os ingresos comprados também não ajudou, mas bateu um climão de festival. Preciso fazer isso mais vezes.

1 Comments:

Blogger Werner Daumier-Smith said...

É, to pensando em ver os filmes na escada memso q o cinema esteja vazio.

7:15 PM  

Post a Comment

<< Home