Visto de Lado é Horizontal
A coisa mais divertida de andar de avião é quando está chegando. O cara vai lá, te avisa que vai pousar em minutos e é pra fazer aquilo tudo que se faz nesta hora. Até então, olhar para a janela era quase como olhar fotos, coisas estáticas, não se distingue muita coisa. Mas quando ele está pousando, você vai chegando mais perto da cidade, e começa a olhar as coisas mais de perto, e mais de perto, e se aproxima da vida, dos movimentos, e quase consegue escutar as pessoas. Nesse momento escolho alguns locais e congelo neles, tentando imaginar o que se passa. Uma casa por exemplo. Pessoas cozinhando, vendo televisão, brincando, jogando baralho. E são várias casas, ininterruptas, sem parar, e você cruza várias vidas com a sua, sem que elas saibam, mas você sabe. E se aproxima mais, você vê os carros em movimento, pessoas andando, é mais vida, mais coisa. Como várias estações de rádio entrando e saindo de sintonia.
Até que se pousa, e aí você abandona sua posição superiora, o observador privilegiado, e se torna mais um naquele turbilhão. A cidade ganha vida repentinamente.
É ótimo ver e não ser visto.
Até que se pousa, e aí você abandona sua posição superiora, o observador privilegiado, e se torna mais um naquele turbilhão. A cidade ganha vida repentinamente.
É ótimo ver e não ser visto.
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