Sobre Humores Literários ou O Jardim Das Delícias Terrenas
Como já foi dito em um post abaixo, a leitura de livros se dá pelo momento. Em outras palavras, há um livro certo para o momento. Sempre.
Disse isso para mostrar que muitos livros sào comprados para uma posterior leitura, sem se saber exatamente quando. Basta estar ali, te olhando, e algum dia você se sentirá impelido a lê-lo, e naquele momento ele será o livro de sua vida. Mas é importante que ele esteja ali.
Tão importante quanto o livro em si é o seu humor quando da leitura, e isso define os vencedores na maioria das vezes. Eu tenho alguma teoria específicas.
Livros de fossa são para momentos de fossa. Acho que tal teoria é válida para qualquer coisa de fossa - música, filme e por aí vai. Acabou de acabar um namoro de 5 anos, foi chutado pela namorada? Ama loucamente uma menina que não te dá a mínima? Na sua estante você verá que Os Sofrimentos do Jovem Werther sorri para você. Fossa pede fossa, para que a fossa seja ainda maior, e você se afunde mais e mais e mais. Não se preocupe, depois melhora. Mas na hora é bom.
O contrário, obviamente, é válido. Momentos de alegria pedem alegria, embora neste aspecto eu seja mais cético, até porque livros deste estilo são mais raros e na maioria das vezes piores. Mas bem, isso é teoria, e os pressupostos são de que tais livros existem às pampas e são bons.
Tá pensando demais na vida? Leia os existencialistas. Empolgado com seu trabalho no mercado financeiro? As leituras sobre as grandes crises mundiais ou as biografias de grandes traders são diversão garantida. Momento economista pede livros de ensaios e artigos dos grandes nomes do meio.
Tem algumas coisas mais específicas ainda. Um conceito que adoro é o de Livro do Festival (LF). Um LF é um livro para ser lido durante o Festival do Rio, naqueles intervalos entre alguns dos 5 ou mais filmes que você está vendo no dia. Sozinho no Espaço Unibanco acompanhado de um bom cappuccino, de preferência. São raros os livros que atendem bem esses momentos. E há um autor em especial que é a síntese de LF - John Fante. Talvez eu esteja viesado pelo fato de um Fante ter inaugurado este conceito, mas foi perfeito e a estratégia foi utilizada em mais dois anos diferentes e não decepcionou. O último, Espere a Primavera Bandini, ficou na minha estante por meses à espera do Festival. Sonhos de Bunker Hill estou deixando para o próximo Festival. Sem pressa. Mas já tá aqui na estante.
O local da leitura também é fundamental. Em metrôs e afins devem ser lidos contos. Em casa, no conforto, grandes romances. O Jardim Botânico é o palco ideal para filosofia e história. O Parque Lage pede poesia. Na praia costumo ler autores africanos.
Todos estes aspectos devem ser observados para o total aproveitamento de um livro. Não adianta querer ler Pessoa em pé no metrô ou matar um Dostoiveski na praia porque não vai dar muito certo.
Há inclusive uma teoria forte a respeito da ajuda do humor e do ambiente na leitura de Crime e Castigo, o melhor livro de todos os tempos. Foi lido em uma semana, em Friburgo, no inverno, em meio a muita neblina e frio. Eu estava de férias. Humor e ambientação perfeitos. Síntese perfeita de uma teoria imperfeita.
Disse isso para mostrar que muitos livros sào comprados para uma posterior leitura, sem se saber exatamente quando. Basta estar ali, te olhando, e algum dia você se sentirá impelido a lê-lo, e naquele momento ele será o livro de sua vida. Mas é importante que ele esteja ali.
Tão importante quanto o livro em si é o seu humor quando da leitura, e isso define os vencedores na maioria das vezes. Eu tenho alguma teoria específicas.
Livros de fossa são para momentos de fossa. Acho que tal teoria é válida para qualquer coisa de fossa - música, filme e por aí vai. Acabou de acabar um namoro de 5 anos, foi chutado pela namorada? Ama loucamente uma menina que não te dá a mínima? Na sua estante você verá que Os Sofrimentos do Jovem Werther sorri para você. Fossa pede fossa, para que a fossa seja ainda maior, e você se afunde mais e mais e mais. Não se preocupe, depois melhora. Mas na hora é bom.
O contrário, obviamente, é válido. Momentos de alegria pedem alegria, embora neste aspecto eu seja mais cético, até porque livros deste estilo são mais raros e na maioria das vezes piores. Mas bem, isso é teoria, e os pressupostos são de que tais livros existem às pampas e são bons.
Tá pensando demais na vida? Leia os existencialistas. Empolgado com seu trabalho no mercado financeiro? As leituras sobre as grandes crises mundiais ou as biografias de grandes traders são diversão garantida. Momento economista pede livros de ensaios e artigos dos grandes nomes do meio.
Tem algumas coisas mais específicas ainda. Um conceito que adoro é o de Livro do Festival (LF). Um LF é um livro para ser lido durante o Festival do Rio, naqueles intervalos entre alguns dos 5 ou mais filmes que você está vendo no dia. Sozinho no Espaço Unibanco acompanhado de um bom cappuccino, de preferência. São raros os livros que atendem bem esses momentos. E há um autor em especial que é a síntese de LF - John Fante. Talvez eu esteja viesado pelo fato de um Fante ter inaugurado este conceito, mas foi perfeito e a estratégia foi utilizada em mais dois anos diferentes e não decepcionou. O último, Espere a Primavera Bandini, ficou na minha estante por meses à espera do Festival. Sonhos de Bunker Hill estou deixando para o próximo Festival. Sem pressa. Mas já tá aqui na estante.
O local da leitura também é fundamental. Em metrôs e afins devem ser lidos contos. Em casa, no conforto, grandes romances. O Jardim Botânico é o palco ideal para filosofia e história. O Parque Lage pede poesia. Na praia costumo ler autores africanos.
Todos estes aspectos devem ser observados para o total aproveitamento de um livro. Não adianta querer ler Pessoa em pé no metrô ou matar um Dostoiveski na praia porque não vai dar muito certo.
Há inclusive uma teoria forte a respeito da ajuda do humor e do ambiente na leitura de Crime e Castigo, o melhor livro de todos os tempos. Foi lido em uma semana, em Friburgo, no inverno, em meio a muita neblina e frio. Eu estava de férias. Humor e ambientação perfeitos. Síntese perfeita de uma teoria imperfeita.
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