Monday, July 25, 2005

O ditador Bandini

Um dos melhores momentos em Festivais que tive, vocês já devem saber, foi no antológico Festival de 2002, quando uma menina veio falar comigo enquanto lia o Estrada Para Los Angeles, do John Fante, esperando uma sessão no Estação Botafogo 3. Era noite de sexta, e a conversa rendeu algumas saídas com a fã de Fante.

Sábado, chego da praia e enquanto faço hora para rever o Fantástica Fábrica de Chocolate dou um pulo na Travessa. Ao entrar, topo com ele, o primeiro livro que vejo - A Estrada Para Los Angeles, numa edição nova da josé Olympio, que anda relançando o cara - houve uma época que achar um Fante numa livraria era tarefa hérculea (é assim?) e felicidade garantida por algum tempo. Quando olhei o livro tocou aquela musiquinha clássica "ohhhhhhhhhhhhhh" na minha cabeça, tipo alguém achando o cálice sagrado, sei lá, algo assim. Peguei, paguei, subi para o café, sentei no balcão, pedi um cappuccino e comecei a reler o bichinho. Devo ter rido em voz alta. Alguns minutos depois vem a menina que fica na porta do café falar comigo - "oi, você não estudou no Santo Inácio?". Eu não estudei, mas e daí? Ela fala do livro, comenta que eu vou sempre lá, breve conversa, mas boa. A conclusão é óbvia - este é um livro sagrado, iluminado, poderoso! Preciso andar sempre com ele na mochila, mas não sei se funciona se não estiver lendo. Posso pelo menos reler sempre, sei lá. Mas com ele duas meninas interessantes vieram falar comigo. Um feito.

E o livro? É genial. O Bandini é Top 5 personagens. A passagem dele matando os carangueijos no porto é das melhores coisas que a literatura já produziu.

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