Ainda Há Esperança
O cenário era caótico: num grande palco, algumas figuras tocavam (sic) funk. Algumas pessoas dentro de uma corda, dançando (sic) funk. Algumas pessoas do lado de fora da corda, curtindo (sic) o funk. E isso na Rua Dias Ferreira, e isso numa sexta à noite, e isso em um local entre a Letras & Expressões e a Dantes Livraria, e isso onde deveria estar ocorrendo a Micareta Literária. No lugar de pessoas declamando Yeats, Joyce, encenando Dostoievski, lendo Guerra e Paz - é o que eu imagino de uma Micareta Literária - havia o funk.
Era pra ser a festa de lançamento do Paralelos, galerinha nova da cena literária carioca que já tem um site bacana.
"Não há esperança", pensei, e fui tomar meu chopp em outro lugar.
Outro dia fui informado de que a Micareta Literária ocorreu na Cinelândia. E o que era aquilo? Provavelmente a festa de final de ano de uma academia playboy-bombação da Dias Ferreira.
Provavelmente não houve pessoas gritando Thomas Mann pelas ruas do Centro, talvez nem mesmo uma encenação in loco de "A Arte de Andar nas Ruas do Rio de Janeiro", com Rubem Fonseca interpretando Augusto (cujo nome verdadeiro é Epifânio).
Ainda assim não foi o funk.
Ainda há esperança.
Era pra ser a festa de lançamento do Paralelos, galerinha nova da cena literária carioca que já tem um site bacana.
"Não há esperança", pensei, e fui tomar meu chopp em outro lugar.
Outro dia fui informado de que a Micareta Literária ocorreu na Cinelândia. E o que era aquilo? Provavelmente a festa de final de ano de uma academia playboy-bombação da Dias Ferreira.
Provavelmente não houve pessoas gritando Thomas Mann pelas ruas do Centro, talvez nem mesmo uma encenação in loco de "A Arte de Andar nas Ruas do Rio de Janeiro", com Rubem Fonseca interpretando Augusto (cujo nome verdadeiro é Epifânio).
Ainda assim não foi o funk.
Ainda há esperança.
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