Tony de Ouro - O Fato e o Mito
Reportagem publicada na "Folha de São Paulo".
Da sucursal no Rio de Janeiro - "Corria o ano de 2002. O mês era outubro. Como todo outubro no Rio de Janeiro, fazia calor. E como todo outubro no Rio de Janeiro, acontencia o Festival. Trata-se do evento mais esperado pelos amantes do cinema da cidade, que são capazes de esperar 10 horas na fila para comprar ingressos para um documentário do Azerbaijão sobre a crise política em um de seus munícipios durante a longa recessão dos anos 30.
Entre esses cinéfilos estava Tony Azevedo. Jovem estudante de economia, aguardava com ansiedade o início do Festival, para o qual havia se preparado para bater seu recorde - seriam 38 filmes em duas semanas.
Um dos filmes que mais aguardava era a nova produção de um jovem e promissor diretor sueco chamado Lukas Moodysson. O filme prometia: passado na Rússia, retratava a decadência e queda de uma jovem abandonada pelos pais em um subúrbio genérico do país.
As expectativas se confirmaram. No universo de 38 filmes, o maior destaque foi sem dúvida "Para Sempre Lyljia". Moddysson era o cara.
Tony Azevedo decidiu que aquela obra-prima deveria de alguma maneira ser premiada. Não bastava liderar seu Top 5 do Festival. Precisava ser algo mais. Entre um chopp e outro, decidiu criar o "Tony de Ouro" para premiar os melhores filmes do ano.
No princípio humilde, o prêmio foi ganhando importância, até rivalizar com Cannes e Sundance como acontece atualmente. A brincadeira deu certo. Hoje, a simples indicação ao "Tony de Ouro" é sinal de prestígio, capaz de alavancar bilheterias.
Logicamente "Para Sempre Lylja" levou o 'Tony de Ouro" de 2002. Em 2003, o vencedor foi 'Encontros e Desencontros", também visto no Festival. Em 2003 ocorreu ainda uma premiação retroativa a 2001, ganhando "Apocalypse Now Redux". Advinha? Visto no Festival;
O favorito para o prêmio de 2004 é "A Vida é Um Milagre", novo filme do diretor bósnio Emir Kusturica, também visto no Festival. Correm por fora também o uruguaio "Whisky' e "O Joelho", filme de 1970 de Eric Rohmer. Vale lembrar que a premiação é destinada a filmes vistos pela primeira vez no cinema durante o ano, sejam eles lançamentos ou não.
Em recente declaração durante uma coletiva em seu escritório no posto 9, Tony Azevedo, entre uma cerveja e um espetinho de camarão, deu dicas sobre o prêmio deste ano, segundo ele já praticamente certo: "ninguém espera a inquisição espanhola".
A premiação oficial será no dia 31 de dezembro. Se a tradição de premiar filmes vistos no Festival se repetir, "O Joelho" está fora. Mas se trata de pura especulação. Até 31 de dezembro, só resta esperar."
Da sucursal no Rio de Janeiro - "Corria o ano de 2002. O mês era outubro. Como todo outubro no Rio de Janeiro, fazia calor. E como todo outubro no Rio de Janeiro, acontencia o Festival. Trata-se do evento mais esperado pelos amantes do cinema da cidade, que são capazes de esperar 10 horas na fila para comprar ingressos para um documentário do Azerbaijão sobre a crise política em um de seus munícipios durante a longa recessão dos anos 30.
Entre esses cinéfilos estava Tony Azevedo. Jovem estudante de economia, aguardava com ansiedade o início do Festival, para o qual havia se preparado para bater seu recorde - seriam 38 filmes em duas semanas.
Um dos filmes que mais aguardava era a nova produção de um jovem e promissor diretor sueco chamado Lukas Moodysson. O filme prometia: passado na Rússia, retratava a decadência e queda de uma jovem abandonada pelos pais em um subúrbio genérico do país.
As expectativas se confirmaram. No universo de 38 filmes, o maior destaque foi sem dúvida "Para Sempre Lyljia". Moddysson era o cara.
Tony Azevedo decidiu que aquela obra-prima deveria de alguma maneira ser premiada. Não bastava liderar seu Top 5 do Festival. Precisava ser algo mais. Entre um chopp e outro, decidiu criar o "Tony de Ouro" para premiar os melhores filmes do ano.
No princípio humilde, o prêmio foi ganhando importância, até rivalizar com Cannes e Sundance como acontece atualmente. A brincadeira deu certo. Hoje, a simples indicação ao "Tony de Ouro" é sinal de prestígio, capaz de alavancar bilheterias.
Logicamente "Para Sempre Lylja" levou o 'Tony de Ouro" de 2002. Em 2003, o vencedor foi 'Encontros e Desencontros", também visto no Festival. Em 2003 ocorreu ainda uma premiação retroativa a 2001, ganhando "Apocalypse Now Redux". Advinha? Visto no Festival;
O favorito para o prêmio de 2004 é "A Vida é Um Milagre", novo filme do diretor bósnio Emir Kusturica, também visto no Festival. Correm por fora também o uruguaio "Whisky' e "O Joelho", filme de 1970 de Eric Rohmer. Vale lembrar que a premiação é destinada a filmes vistos pela primeira vez no cinema durante o ano, sejam eles lançamentos ou não.
Em recente declaração durante uma coletiva em seu escritório no posto 9, Tony Azevedo, entre uma cerveja e um espetinho de camarão, deu dicas sobre o prêmio deste ano, segundo ele já praticamente certo: "ninguém espera a inquisição espanhola".
A premiação oficial será no dia 31 de dezembro. Se a tradição de premiar filmes vistos no Festival se repetir, "O Joelho" está fora. Mas se trata de pura especulação. Até 31 de dezembro, só resta esperar."
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