Sujeito, predicado, verbo
Tive um professor na PUC que costumava falae coisas em portugues como uma tardução literal do inglês. Era engraçado, mas comecei a falar daquele jeito de sacanagem e acabei incorporando. Coisas como "isso não era suposto de acontecer" ou "você tem um ponto" passaram a fazer parte do meu vocabulário padrão, o que assusta um pouco as pessoas.
Mas o que mais assusta mesmo são os adjetivos. Tenho o costume de dar opiniões binários sobre as coisas - ou é o melhor do mundo ou o pior. Não sei bem como isso começou mas, como as traduções do inglês, foi incorporado ao meu voacabulário padrão e hoje falo sem preceber achando uma coisa normal. Ontem mesmo assustei uma pessoa com quem nunca tinha falado muito com esses adjetivos. De madrugada, em casa, impossibilitado de dormir pelo fato de a cama estar me jogando pra fora, resolvi pensar nos adjetivos e tentar criar um escala adjetival para facilitar a compreensão dos interlocutores.
A primeira escala é a de adjetivos para falar se algo é bom ou ruim. Um filme, por exemplo. Partindo do princípio de que as opiniões são binárias (não existe normal, legalzinho, mais ou menos), há a escala para os filmes bons. "Genial" é o mais fraco. Quase tudo é genial. Tão fraco que alguns amigos chegaram a criar o "genial, modo não-banalizado" para usar o genial de maneira apropriada. Depois de genial tem a listas dos melhores, em ordem crescente - "melhor da história, melhor do mundo, melhor da galáxia, melhor do universo, melhor de todos os tempos". Este último reflete algo genuinamente bom. Quando é muito bom pode-se fazer uma fusão. Me referi ao Laranja Mecânica ontem como o melhor filme da história do universo em todos os tempos. Tem também "mais genial da história (ái é preciso ver se a soma de genial com o história dá mais que o todos os tempos, por exemplo). Pra coisa ruim é mais ou menos parecido. No lugar do melhor, pior. No lugar de genial, lixo.
Tem a escala das mulheres também. O mais fraco é "perfeita", Uma mulher perfeita não é nada de especial, alguém que chama a atenção e tudo, mas nao passa disso. Pode-se falar também "gata", que é um pouco melhor. Tem o "muito gata" e o "muuuuuuuito gata", com ênfase no u, que já se refere a alguma mulher que merece ser vista. Acima disso tem o "mulher da minha vida", que também pode ser usado na forma "mãe dos meus filhos". Por fim, se eu topasse com a Kirsten, por exemplo, diria alguma coisa seguida do "se eu tivesse um anel aqui pedia ela em casamento" ou "me casava com ela agora". Quando é ruim é meio difícil, até porque se comenta menos sobre isso. Tem "mulambenta, horrorosa, lixão", "muito ruim e muuuuito ruim", "gordinha com vestido de bolas brancas", metáfora genial pros tipos esquisitos. Difícil é criar um contrário pra "mãe dos meus filhos" ou "me casaria com ela agora".
Com esses adjetivos já dá pra fazer bastante coisa. Espero que, após conscientização pública, com a divulgação desse post nos jornais de maior circulação, as pessoas não se assustem mais.
Mas o que mais assusta mesmo são os adjetivos. Tenho o costume de dar opiniões binários sobre as coisas - ou é o melhor do mundo ou o pior. Não sei bem como isso começou mas, como as traduções do inglês, foi incorporado ao meu voacabulário padrão e hoje falo sem preceber achando uma coisa normal. Ontem mesmo assustei uma pessoa com quem nunca tinha falado muito com esses adjetivos. De madrugada, em casa, impossibilitado de dormir pelo fato de a cama estar me jogando pra fora, resolvi pensar nos adjetivos e tentar criar um escala adjetival para facilitar a compreensão dos interlocutores.
A primeira escala é a de adjetivos para falar se algo é bom ou ruim. Um filme, por exemplo. Partindo do princípio de que as opiniões são binárias (não existe normal, legalzinho, mais ou menos), há a escala para os filmes bons. "Genial" é o mais fraco. Quase tudo é genial. Tão fraco que alguns amigos chegaram a criar o "genial, modo não-banalizado" para usar o genial de maneira apropriada. Depois de genial tem a listas dos melhores, em ordem crescente - "melhor da história, melhor do mundo, melhor da galáxia, melhor do universo, melhor de todos os tempos". Este último reflete algo genuinamente bom. Quando é muito bom pode-se fazer uma fusão. Me referi ao Laranja Mecânica ontem como o melhor filme da história do universo em todos os tempos. Tem também "mais genial da história (ái é preciso ver se a soma de genial com o história dá mais que o todos os tempos, por exemplo). Pra coisa ruim é mais ou menos parecido. No lugar do melhor, pior. No lugar de genial, lixo.
Tem a escala das mulheres também. O mais fraco é "perfeita", Uma mulher perfeita não é nada de especial, alguém que chama a atenção e tudo, mas nao passa disso. Pode-se falar também "gata", que é um pouco melhor. Tem o "muito gata" e o "muuuuuuuito gata", com ênfase no u, que já se refere a alguma mulher que merece ser vista. Acima disso tem o "mulher da minha vida", que também pode ser usado na forma "mãe dos meus filhos". Por fim, se eu topasse com a Kirsten, por exemplo, diria alguma coisa seguida do "se eu tivesse um anel aqui pedia ela em casamento" ou "me casava com ela agora". Quando é ruim é meio difícil, até porque se comenta menos sobre isso. Tem "mulambenta, horrorosa, lixão", "muito ruim e muuuuito ruim", "gordinha com vestido de bolas brancas", metáfora genial pros tipos esquisitos. Difícil é criar um contrário pra "mãe dos meus filhos" ou "me casaria com ela agora".
Com esses adjetivos já dá pra fazer bastante coisa. Espero que, após conscientização pública, com a divulgação desse post nos jornais de maior circulação, as pessoas não se assustem mais.
7 Comments:
Acho que o contrário para "mãe dos meus filhos" podia ser "perua loira da Barra", que tal?
Na categoria "Mulher Feia" gostaria de, humildemente, contribuir com dois adjetivos q abrilhantarão - ao meu ver - ainda mais sua elucidativa exposição: Bozenga e Chassi de Frango.
O oposto de "mãe dos meus filhos" não poderia ser "Escrivaninha do Bottero"? Só uma idéia.
Jovem,
Que bom que vc esta se flexibilizando mais! Avanti jovem avanti!
Os meus preferidos são os "muito" repletos de u. Sugiro até que você abandone essa historia de melhor da galaxia de todos os tempos etc. e passe a classificar as coisas de acordo com a quantidade de uu do "muito" que precede o adjetivo: "Laranja mecânica" é muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito bom, pro exemplo, enquanto Steve Zissou é muuuuuuuuuuuuuito bom e "A fantastica fabrica de chocolate" versão TB é muuuuito bom (pra você, pra mim é um 2). Esse método exige um pouco de fôlego (manchete da Folha: "Celebrado pintor morto morre de falta de ar ao exprimir sua admiração por Thomas Pynchon"), mas acho que vale a pena.
Escrivaninha de bottero me fez rir por horas aquele dia. Chassi de frango é bom também. Quanto a perua, uma teoria forte é essa. Quando ela se mostrar quem é será tarde, talvez na lua de mel só, vai saber. Temo isso com todas minhas forças. E a sugestão do Lucas é boa, acho que usarei comedidamente.
Ah, Pynchon fica fora desse método, definitivamente.
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