Daumier-Smith´s day off
Um dos maiores prazeres da vida é fazer coisas enquanto se gazeta aula. Como você tem que ficar fora de casa por um bom período acaba fazendo coisas que, muitas vezes, não faria normalmente por preguiça ou comodismo. E quando se sabe que a alternativa era estar numa sala chata fica ainda melhor. Todos os programas que Ferris Bueller faz - o museu, o jogo de beisebol, o almoço, visita a Bolsa - não seriam a mesma coisa num final de semana e muito provavelmente não seriam feitos de uma vez.
Achei que esse fosse um prazer perdido. Mas hoje pude sentir o gostinho novamente. Acordei cedo para fazer, meio a contragosto, o concurso do BNDES. Foi um pedido muito pedido de papai e não quis dizer não. Lá fui eu para Bonsucesso. Não havia me preparado, não sabia nem como seria a prova. Só sabia que eram duas partes - uma de manhã, de 8:30 a 12:30 e a outra de tarde, de 3 até sei lá que horas. Recebi a prova, olhei, e se um dia eu soube economia desprendi tudo. Cournot, Bertand, regressão, não me lembro de mais nada. Vi que não ia sair muita coisa dali, fiz a prova meio rápido - pelo menos inglês e portugues eram bem fáceis - e saí cedo, umas 10:30. Estava quente, o lugar era estranho e teria que esperar até 3 da tarde pra segunda parte. Resolvi ir pro Centro. Sei que todo domingo às 11 tem programação no Theatro Municipal. Se corresse chegaria a tempo. Peguei o taxi e mandei o cara correr.
Cheguei lá 11:03. Entrei correndo, paguei o ingresso - R$ 1!! - e sentei. Nâo sabia o que era, podia ser qualquer coisa. Vi uma orquestra sinfônica. Bem, pelo menos é música, pensei. E começaram a tocar Verdi. Muitíssimo bem. Emendaram com Rossini. Novamente muito bem. Intervalo. Fui descobrir que era a Sinfônica de Roma. Tinha dado uma sorte danada. O programa continuou com Rossini, que é a especialidade da orquestra. Foi bastante bom. No final, sob aplausos, ainda emendaram Brahms de lambuja. Tinha uma velhinha muito legal do meu lado que literalmente chorava e mandava beijinhos pro regente. Saí feliz e decidido a não voltar pra segunda parte da prova. Teria que enrolar até umas 6 da tarde.
Fui ao MNBA dar uma passadinha. Tem bastante lixo e não está tendo nenhuma exposição interessante, mas tem os modernistas que sempre valem uma olhada. Daí fui ao Unibanco Arteplex. Nâo sabia horários nem os filmes, mas com 6 opções alguma coisa teria. Acabei pegando Irmãos Grimm, mas era um pouco mais tarde. Fui a livraria, comprei um Fante - 1933 Foi Um Ano Ruim - e fiquei lendo no café por uma hora enquanto esperava. Aí vi o filme (sem contários), fui pra Prefácio, matei o Fante, peguei o metro e andei de copacabana até em casa. Genial. Melhor gazeta. A toda hora pensava que eu poderia ter esperado horas sob o sol de Bonsucesso e feito a chatíssima segunda parte da prova numa sala quente.
Achei que esse fosse um prazer perdido. Mas hoje pude sentir o gostinho novamente. Acordei cedo para fazer, meio a contragosto, o concurso do BNDES. Foi um pedido muito pedido de papai e não quis dizer não. Lá fui eu para Bonsucesso. Não havia me preparado, não sabia nem como seria a prova. Só sabia que eram duas partes - uma de manhã, de 8:30 a 12:30 e a outra de tarde, de 3 até sei lá que horas. Recebi a prova, olhei, e se um dia eu soube economia desprendi tudo. Cournot, Bertand, regressão, não me lembro de mais nada. Vi que não ia sair muita coisa dali, fiz a prova meio rápido - pelo menos inglês e portugues eram bem fáceis - e saí cedo, umas 10:30. Estava quente, o lugar era estranho e teria que esperar até 3 da tarde pra segunda parte. Resolvi ir pro Centro. Sei que todo domingo às 11 tem programação no Theatro Municipal. Se corresse chegaria a tempo. Peguei o taxi e mandei o cara correr.
Cheguei lá 11:03. Entrei correndo, paguei o ingresso - R$ 1!! - e sentei. Nâo sabia o que era, podia ser qualquer coisa. Vi uma orquestra sinfônica. Bem, pelo menos é música, pensei. E começaram a tocar Verdi. Muitíssimo bem. Emendaram com Rossini. Novamente muito bem. Intervalo. Fui descobrir que era a Sinfônica de Roma. Tinha dado uma sorte danada. O programa continuou com Rossini, que é a especialidade da orquestra. Foi bastante bom. No final, sob aplausos, ainda emendaram Brahms de lambuja. Tinha uma velhinha muito legal do meu lado que literalmente chorava e mandava beijinhos pro regente. Saí feliz e decidido a não voltar pra segunda parte da prova. Teria que enrolar até umas 6 da tarde.
Fui ao MNBA dar uma passadinha. Tem bastante lixo e não está tendo nenhuma exposição interessante, mas tem os modernistas que sempre valem uma olhada. Daí fui ao Unibanco Arteplex. Nâo sabia horários nem os filmes, mas com 6 opções alguma coisa teria. Acabei pegando Irmãos Grimm, mas era um pouco mais tarde. Fui a livraria, comprei um Fante - 1933 Foi Um Ano Ruim - e fiquei lendo no café por uma hora enquanto esperava. Aí vi o filme (sem contários), fui pra Prefácio, matei o Fante, peguei o metro e andei de copacabana até em casa. Genial. Melhor gazeta. A toda hora pensava que eu poderia ter esperado horas sob o sol de Bonsucesso e feito a chatíssima segunda parte da prova numa sala quente.
1 Comments:
Eles podem mesmo ter uma relação secreta. Quem sabe não se conheciam, eram noivos até, na Sardenha em 1942, mas ela é judia, foi aprisionada, escapou, fugiu pro Brasil, ele ficou lá, ficaram um tempão sem se falar e agora ela o reencontra como regente de uma orquestra. e ele toca como peça final a mesma obra que costumava tocar para ela ao piano no longícuo verão de 1942, e ela chora, chora...
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