Síndrome de Spielberg
O passado cinematográfico é facilmente apagado pelo presente, o que justifica o fato de eu não gostar do Spielberg. Diretor de bons filmes em um passado remoto, tais como Indiana Jones e E.T., o cara foi se perdendo com o tempo, fazendo pérolas da medíocridade. O pior deles foi A.I. e um dos motivos para ele ser tão ruim foi o final não final - terminar o filme muito, muito, muito tempo depois do que deveria. E isso é fator comum nos filmes do Spielberg, tão comum que levou à criação da Síndrome de Spielberg (SS).
A SS é a mania de explicar coisas, se alongando normalmente no final, digerindo tudo para que espectador não saia do cinema pensando muito no filme e possa comer sua pizza depois sem ser importunado por filosofias explicativas por parte de seus amigos. É a coroação do "cinema é a maior diversão", mas podia também ser a coroação do "não quero pensar muito". Coisa de diretor ruim. Coisa também de quem subestima a inteligência de seu público.
Há um velho debate sobre se a oferta faz a demanda ou se a demanda faz a oferta. Spielberg parece acreditar no segundo caso, crendo que a demanda do público é por filmes bobos auto-explicativos. Kubrick seria o melhor representante do primeiro caso e, Spielberg deveria saber disso, nem por isso era um diretor pequeno, de gueto, restrito a pequenos círculos intelectuais franceses chatos. Ele criou sua própria demanda, fazendo filmes difíceis e misteriosos. Ou será que alguém ainda se interessaria por 2001 atualmente se, após o além-infinito de júpiter, viessem 50 minutos de explicações sobre todos os acontecimentos e etc?
O pior é que a SS também se manifesta com outros diretores e outras formas de arte -teatro, literatura, música. Ficou tão comum que quando algum filme ou peça ou livro terminam bem, quando deveriam terminar, merecem um bônus. O que deveria ser a regra virou uma exceção.
O aparecimento de SS em livros, filmes, músicas ou peças é o suficiente para o rebaixamento imediato de 0,5 na classificação, podendo ser maior dependendo do grau de SS. O filme SS por excelência é A.I., que estava indo bem, nada especial, até que a SS gigantesca no final levou o filme a ser zero.
E se eu não terminar o texto aqui ele começa a ficar contamindado com SS.
A SS é a mania de explicar coisas, se alongando normalmente no final, digerindo tudo para que espectador não saia do cinema pensando muito no filme e possa comer sua pizza depois sem ser importunado por filosofias explicativas por parte de seus amigos. É a coroação do "cinema é a maior diversão", mas podia também ser a coroação do "não quero pensar muito". Coisa de diretor ruim. Coisa também de quem subestima a inteligência de seu público.
Há um velho debate sobre se a oferta faz a demanda ou se a demanda faz a oferta. Spielberg parece acreditar no segundo caso, crendo que a demanda do público é por filmes bobos auto-explicativos. Kubrick seria o melhor representante do primeiro caso e, Spielberg deveria saber disso, nem por isso era um diretor pequeno, de gueto, restrito a pequenos círculos intelectuais franceses chatos. Ele criou sua própria demanda, fazendo filmes difíceis e misteriosos. Ou será que alguém ainda se interessaria por 2001 atualmente se, após o além-infinito de júpiter, viessem 50 minutos de explicações sobre todos os acontecimentos e etc?
O pior é que a SS também se manifesta com outros diretores e outras formas de arte -teatro, literatura, música. Ficou tão comum que quando algum filme ou peça ou livro terminam bem, quando deveriam terminar, merecem um bônus. O que deveria ser a regra virou uma exceção.
O aparecimento de SS em livros, filmes, músicas ou peças é o suficiente para o rebaixamento imediato de 0,5 na classificação, podendo ser maior dependendo do grau de SS. O filme SS por excelência é A.I., que estava indo bem, nada especial, até que a SS gigantesca no final levou o filme a ser zero.
E se eu não terminar o texto aqui ele começa a ficar contamindado com SS.
3 Comments:
Não, Saud. Tirando o fato de que "2001" tem que ficar como está, a SS é bem específica e se refere a explicações desnecessárias ou complicações forçadas na trama de um filme/livro, que estão lindamente ausentes do filme de Kubrick. E suplício é o cacete.
Crianças,
o Lucas disse tudo. Como sempre, justo, comedido e sóbrio.
O Spielberg acompanha a tendência, não é ele que a cria, embora seja seu maior representante. Acho mesmo que seja um reflexo no comportamento humano, bem percebido por diversos seguimentos da cultura e do entretenimento.
Hoje em dia se quer pensar menos e agir mais, opções são incômodos que deveriam ser evitados. Esta tendência esta presente no cinema, musica e literatura, infelizmente. A era tecnologia trás imediatismo, e nada melhor que isso do que um filme todo explicadinho, facilmente degustado – engolido?.
Percebo isso quando vejo a critica – amantes da SS - sobre um filme que possui um roteiro “solto”, “fragmentado”, “desconexo”.
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