Friday, July 01, 2005

A Fase Negra da New Yorker

Escrevi um tempo atrás sobre como as melhores bandas são quase sempre esquisitas num primeiro momento, é preciso tempo para se acostumar, mas depois ela passa a ser das suas favoritas e nunca enjoa. Isso vale não somente para músicas, mas também, por exemplo, a literatura. Os autores são muitas vezes estranhos, difíceis, o livro é pesado, mas ao final entra no seu Top5. Foi assim quando li Dostoievski pelo primeira vez. Foi, é e sempre será assim com Pynchon.

Talvez a, até agora "mão-no-peito" New Yorker tenha padecido do mesmo mal em 1952. Todos os contos do Salinger presentes no Nove Estórias foram publicados pela New Yorker entre 1948 e 1952. Todos?

Não!

Um pequeno conto, chamado A Fase Azul de Daumier-Smith foi o único, isso mesmo, o único que foi rejeitado pela até há pouco excelente publicação. Um crime. O editor, que deve ter sido demitido e nunca mais conseguiu emprego, carregará para sempre esta marca. Não deve ter entendido a ironia do texto, sei lá. O pior é que a revista se arrependeu depois de não ter publicado o conto, que foi escolhido por ela como um dos melhores da década. Provavelmente por outro editor. Mais um caso clássico de artista que chega antes do público geral.

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